Tesouro interrompe o financiamento agrícola do Plano Safra 2024/25
- O Tesouro Nacional suspendeu os financiamentos agrícolas subvencionados do Plano Safra 2024/25 devido ao aumento de custos e à alta da Selic.
- Especialistas esperavam a suspensão, prevendo impacto no setor agropecuário, especialmente para pequenos e médios produtores.
- A decisão foi influenciada pela falta de aprovação do Orçamento de 2025, com o governo buscando prudência fiscal.
O Tesouro Nacional decidiu suspender, a partir desta sexta-feira, os financiamentos agrícolas subvencionados do Plano Safra 2024/25. A medida ocorre devido ao crescimento dos custos com programas subsidiados e à alta da taxa Selic, enquanto o Projeto de Lei Orçamentária de 2025 ainda está em tramitação no Congresso Nacional. A suspensão acontece em um momento crítico para os agricultores brasileiros, que estão em fase de plantio e colheita de diversas culturas.
Especialistas do setor financeiro, como David Telio, da fintech TerraMagna, já previam essa decisão, considerando a elevação da Selic de 10,5% para 13,25% ao ano desde o anúncio do Plano Safra. Telio destaca que o orçamento para subvencionar juros sobre o crédito rural foi impactado, além dos desafios fiscais enfrentados pelo governo desde 2023.
O documento do Tesouro, que foi visto pela Reuters, justifica a suspensão após a divulgação de novos parâmetros econômicos e atualizações nas previsões de gastos. Conforme o secretário do Tesouro Nacional, Rogério de Oliveira, as estimativas para 2025 indicam um aumento significativo das despesas devido à alta dos índices econômicos. A suspensão exclui linhas de financiamento do Pronaf Custeio.
A medida gerou críticas no setor agropecuário. O presidente da Faesp, Tirso Meirelles, lamentou a falta de compromisso do governo federal, apontando riscos para pequenos e médios produtores. Em contrapartida, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defende a responsabilidade fiscal diante da falta de Orçamento aprovado e o aumento da Selic, ressaltando a necessidade de ação rápida do Congresso para evitar mais consequências.
O Tesouro Nacional ainda não comentou oficialmente sobre a decisão.
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