- O interesse dos investidores pelo agronegócio cresce, com os Fiagros alcançando R$ 40 bilhões em agosto de 2024, um aumento de 5,3% em relação a dezembro de 2023.
- As Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) apresentam aumento de 6,1% no mesmo período, com um estoque de R$ 487 bilhões, liderando entre os produtos bancários.
- Desafios incluem a alta taxa de juros e eventos climáticos extremos, impactando o fluxo de caixa dos produtores.
O setor do agronegócio brasileiro está atraindo cada vez mais investidores, conforme mostra o relatório da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Os Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagros) atingiram um estoque de R$ 40 bilhões até o final de agosto deste ano, crescendo 5,3% desde dezembro de 2023. Este aumento destaca o crescente interesse dos investidores no setor, apesar da menor representatividade dos Fiagros em comparação com as formas de financiamento tradicionais.
Além disso, o crescimento dos Fiagros acompanha o ritmo das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), que também aumentaram 6,1% no mesmo período, atingindo um estoque de R$ 487 bilhões. As LCAs continuam a ser a principal forma de financiamento bancário para o agronegócio, seguidas pelas Cédulas de Produto Rural (CPRs), que totalizam R$ 398 bilhões.
Sérgio Cutolo, diretor da Anbima, comentou que os Fiagros estão ganhando espaço rapidamente desde sua criação em 2021, impulsionados por mudanças regulatórias e incentivos fiscais. Segundo Cutolo, o patrimônio desses fundos quadruplicou entre 2022 e 2024. O relatório também destaca que as CPRs tiveram o maior crescimento percentual no mesmo período, com 33,5%, seguidas por CDCAs e CRAs, que cresceram 25,8% e 14,9%, respectivamente.
Os Fiagros também experimentaram um aumento significativo no número de fundos, que subiu 58%, totalizando 116 até agosto de 2024. O patrimônio líquido desses fundos cresceu 141%, alcançando R$ 41,7 bilhões. Apesar do progresso, o setor enfrenta desafios significativos, como a alta taxa de juros e eventos climáticos extremos, que afetam o fluxo de caixa dos produtores e aumentam o risco de inadimplência. "A Selic alta eleva os custos financeiros da produção, impactando diretamente o fluxo de caixa dos produtores, especialmente em casos de quebra de safra", alerta Cutolo.