- O dólar fechou em alta no Brasil, acima de 5,50 reais, devido a influências externas e incertezas econômicas globais.
- Os investidores ficaram desapontados com os estímulos econômicos chineses, o que afetou moedas de países exportadores de commodities, como o real.
- O mercado de câmbio também foi influenciado pela tensão no Oriente Médio e pela expectativa de cortes menores nos juros dos EUA.
O dólar encerrou a terça-feira em alta no Brasil, superando novamente a marca de 5,50 reais, em linha com o movimento da moeda norte-americana no exterior. A valorização ocorre em meio a incertezas sobre estímulos econômicos na China, intensificação do conflito no Oriente Médio e expectativas de cortes menores nas taxas de juros nos Estados Unidos.
A moeda norte-americana à vista subiu 0,85%, fechando a 5,5334 reais, acumulando alta de 1,55% em outubro. Às 17h04, na B3, o contrato futuro de dólar de primeiro vencimento avançava 0,65%, alcançando 5,5495 reais na venda.
Os fatores principais que influenciaram as cotações vieram do cenário internacional. Investidores mostraram decepção com as medidas anunciadas pela China para estimular sua economia, que foram consideradas insuficientes. Isso impactou negativamente moedas de países exportadores de commodities, como o real. Diego Costa, head de câmbio da B&T Câmbio, comentou que o cenário afeta diretamente mercados emergentes devido à forte dependência das commodities.
Adicionalmente, a tensão no Oriente Médio, envolvendo Israel, Hamas, Irã e Hezbollah, gerou cautela no mercado. A possibilidade de um cessar-fogo entre Israel e Hezbollah levou a uma queda acentuada nos preços do petróleo, acima de 4%, o que também pressionou o real, dado o papel do Brasil como exportador de commodities.
Por fim, as expectativas sobre a política monetária dos EUA também afetaram o mercado. Investidores aumentaram as apostas de que o Federal Reserve cortará os juros em 25 pontos-base em novembro, ao invés dos 50 pontos-base esperados anteriormente. Essa perspectiva de juros menos baixos nos EUA sustentou a valorização do dólar em relação a moedas de países emergentes.
O dólar à vista manteve-se em alta durante toda a sessão, oscilando entre 5,4972 reais e 5,5378 reais. Apesar da influência externa, os investidores também acompanharam atentos a sabatina de Gabriel Galípolo no Senado. Indicado para a presidência do Banco Central, Galípolo reafirmou o compromisso da instituição com o controle da inflação e destacou a necessidade de prudência na política monetária.
Os comentários de Galípolo foram bem recebidos pelo mercado, ajudando a reduzir os prêmios na curva a termo. No exterior, o índice do dólar mostrava estabilidade, a 102,480. Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados, em leilão para rolagem do vencimento de 1º de novembro de 2024.