- A queda nos preços de commodities pressionou o real, levando o dólar a subir mais de 1% no Brasil.
- Incertezas sobre o equilíbrio fiscal do governo brasileiro contribuíram para o aumento do dólar.
- A queda no valor do petróleo e do minério de ferro impactou negativamente os exportadores brasileiros.
Nesta terça-feira, o real sofreu pressão com a queda de commodities como petróleo e minério de ferro, resultando em uma alta de mais de 1% do dólar, que superou novamente a marca de 5,60 reais. No fechamento, o dólar à vista valorizou-se em 1,36%, cotado a 5,6587 reais, acumulando um aumento de 3,85% em outubro. O mercado local também expressou ceticismo quanto à capacidade do governo de equilibrar as contas públicas.
A desvalorização das commodities afetou significativamente o real. O preço do petróleo caiu mais de 4% devido ao alívio nos temores de cortes na oferta do Irã. O minério de ferro, por sua vez, foi impactado pelas previsões de menor demanda de aço na China e por dados econômicos mais fracos do país. Ambos os produtos são cruciais para as exportações brasileiras.
Segundo Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, "as commodities em queda estão puxando bastante o dólar, porque países exportadores estão sendo penalizados, como o Brasil". No mercado, o ceticismo sobre a capacidade do governo brasileiro de manter o equilíbrio fiscal também sustentou a alta do dólar.
No cenário internacional, o dólar se valorizou frente a outras moedas, como o peso mexicano e o peso chileno. Às 17h27, o índice do dólar, que mede seu desempenho em relação a uma cesta de seis divisas, subia 0,07%, chegando a 103,250. O Banco Central do Brasil vendeu todos os 14.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem, programados para vencer em dezembro de 2024.