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Varejistas enfrentam dilema preço/volume, mas podem se espelhar em cases globais

Investing.com25 de jul de 2024 às 19:28

Investing.com – Em meio à concorrência com produtos asiáticos, as varejistas brasileiras enfrentam uma série de dificuldades nos últimos anos, incluindo um cenário macroeconômico pressionado, com juros elevados, assim como o endividamento das famílias. Nesse contexto, determinar o valor corretamente para os produtos é essencial.

“Sempre haverá um trade-off entre volume e preço, mas garantir que a marca pode justificar seu preço é fundamental para salvaguardar seu fluxo de lucro futuro e saudável crescimento das vendas”, reforça o banco BTG (BVMF:BPAC11) em relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta quinta-feira, 25.

As roupas ficaram mais caras – o que desagrada o consumidor, em busca de peças das companhias asiáticas. Os preços de peças de vestuário no Brasil subiram 33% no acumulado entre início de 2021 e setembro de 2023, enquanto a inflação oficial subiu 20% na mesma análise.

Um dólar mais elevado, altas no preço do algodão, problemas na cadeia de suprimentos e outros fatores estiveram entre os drivers, aponta o banco no documento.

Apesar da desaceleração, ainda que com preços elevados, players brasileiros como Renner (BVMF:LREN3), C&A (BVMF:CEAB3) e Guararapes (BVMF:GUAR3), que são expostos às classes média e mais baixa, poderiam aprender com ações de sucesso em países estrangeiros, acreditam os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima.

Alguns players globais que enfrentam dilemas semelhantes relacionados a volumes e preços adaptaram suas estratégias de mercado e tiveram respostas favoráveis, o que pode servir de exemplo, no entendimento dos especialistas.

“Para a Inditex (BME:ITX), uma marca não luxuosa, as suas vantagens competitivas dependem da operação de uma cadeia de suprimentos muito eficiente e gerenciamento hábil de seu posicionamento de preços (e captura do trade-down dos consumidores), o que também se reflete no desempenho de sua operação brasileira, tornando a moda mais acessível”, apontam os analistas, ponderando que a empresa elevou preços em produtos selecionados, o que possibilitou manutenção das margens – e não afetou volumes.

Enquanto isso, outra marca em expansão é aa Lefties, que iniciou suas operações como opção para vendas de sobras da Zara, mas já confirma presença com lojas em mais de 20 países. A marca vende jeans por 17,99€ e vestidos por apenas 7,99€, além de bolsas por 5,99€, exemplificam os analistas, apontando como os diferentes preços para diferentes públicos podem orientar estratégias distintas.

Revisado porTony
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