Marat Tambiev, ex-investigador-chefe do Comitê de Investigação da Rússia, foi condenado a 16 anos de prisão por aceitar um suborno de 1.032 BTC (cerca de US$ 65 milhões). Tambiev foi acusado de aceitar suborno Bitcoin de um grupo de hackers que ele estava investigando, chamado 'Organização de Infraude'.
Tambiev supostamente negociou um acordo no qual recebeu quase metade do saque Bitcoin obtido ilegalmente pelo grupo em troca de não confiscá-lo. Ele supostamente se declarou inocente de todas as acusações e seus advogados revelaram que entrariam com recurso. Os subornadores teriam recebido sentenças suspensas.
A Rússia condenou o ex-investigador Marat Tambiyev a 16 anos por aceitar US$ 65 milhões em subornos bitcoin de hackers.
– Alertas do Satoshi Club (@satoshi_alerts) 9 de outubro de 2024
A Reuters informou que o Sr. Tambiyev foi considerado culpado nos termos da Parte 6 do Artigo 290 (aceitação de subornos em grande escala) do Código Penal da Federação Russa. Kommersant, uma editora russa, afirmou que o caso foi movido contra Tambiev pela Diretoria Principal de Investigação do Comitê de Investigação da Federação Russa e pelo Gabinete do Procurador-Geral.
De acordo com a mídia local, Tambiev recebeu suborno Bitcoin de membros do grupo de hackers da Infraud Organization, Mark Bergman, Konstantin Bergman e Kirill Samokutyaevsky. O suposto suborno foi descoberto durante uma busca no apartamento de Tambiev em Moscou. Foi estabelecido que ele possuía 1.032 BTC acessíveis através de códigos associados armazenados no Mac em um arquivo chamado ‘Pension’. As autoridades investigadoras alegaram que o suborno era pelo menos cinco vezes superior ao suborno recorde relatado nos últimos tempos.
O Bitcoin apreendido teria sido transferido para uma carteira específica, e a carteira de hardware com as chaves de acesso foi mantida no depósito de evidências materiais do Comitê de Investigação da Federação Russa.
Tambiev alegadamente alegou que era inocente, dizendo que era uma armação e que as suas ações ajudaram o estado a descobrir e recuperar fundos criminosos.
Uma colega de baixo escalão de Tambiev, Kristina Lyakhovenko, também recebeu uma sentença de nove anos por crimes associados ao caso.
Segundo o Grupo IBC, o caso de Tambiev era uma prova de corrupção profunda, mesmo nos círculos governamentais da Rússia.
Em 7 de agosto, a Reuters informou que um ex-vice-ministro da Defesa russo, preso em abril, enfrentava novas acusações de peculato no valor de 33,4 milhões de dólares (~3 bilhões de rublos). A agência de notícias estatal TASS afirmou que as acusações contra Timur Ivanov envolviam a transferência de mais de 3 mil milhões de rublos do Banco Interkommerts para contas de empresas de fachada em Chipre e Hong Kong.
O outro caso contra o ex-funcionário envolveu a compra de dois navios para a linha de ferry do Estreito de Kerch no valor de pelo menos 200 milhões de rublos. Também foi relatado que Ivanov negou todas as acusações.
Ivanov, de 49 anos, também enfrentou um processo criminal separado por aceitar subornos, que durou até 15 anos de prisão.
Outro vice-ministro da Defesa, Dmitry Bulgakov, foi preso e acusado de corrupção em Julho. Sua prisão teria revelado o maior escândalo do exército russo em anos.