WASHINGTON, 2 Abr (Reuters) - A Casa Branca confirmou, na terça-feira, que o Presidente Donald Trump vai impor novas tarifas esta quarta-feira, embora não tenha fornecido pormenores sobre a dimensão e o âmbito das barreiras comerciais que têm preocupado empresas, consumidores e investidores com a intensificação da guerra comercial global.
Há semanas que Trump apregoa 2 de Abril como o "Dia da Libertação", em que serão impostas novas e dramáticas taxas que poderão pôr em causa o sistema de comércio global, com um anúncio no Jardim de Rosas da Casa Branca agendado para as 2000 TMG.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que as tarifas recíprocas sobre os países que impõem taxas sobre os produtos norte-americanos entrarão em vigor imediatamente após o anúncio de Trump, enquanto uma tarifa de 25% sobre as importações de automóveis entrará em vigor em 3 de Abril.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse aos deputados republicanos da Câmara que as tarifas recíprocas que Trump anunciará representam um "limite" do nível mais alto de tarifas dos Estados Unidos que os países enfrentarão e poderão diminuir se atenderem às exigências do governo, segundo o representante republicano Kevin Hern, de Oklahoma.
Trump já impôs tarifas sobre as importações de alumínio e aço e aumentou os direitos sobre todos os produtos da China. Mas ele também ameaçou repetidamente impor outras tarifas, apenas para cancelá-las ou adiá-las.
O anúncio de Leavitt indicou que ele planeia avançar desta vez. "O Presidente tem uma equipa brilhante de conselheiros que estudam estas questões há décadas e estamos concentrados em restaurar a idade de ouro da América", disse ela, numa conferência de imprensa.
A determinação de Trump em avançar surge por entre indicações crescentes de que a ampla incerteza gerada pela sua extensa ênfase nas tarifas está a corroer a confiança dos investidores, dos consumidores e das empresas de uma forma que pode abrandar a actividade e fazer subir os preços.
Economistas do Banco da Reserva Federal de Atlanta afirmaram que um inquérito recente mostrou que os directores financeiros das empresas esperam que as tarifas aumentem os seus preços este ano, ao mesmo tempo que reduzem as contratações e o crescimento.
Os pormenores concretos do que Trump irá revelar na quarta-feira não são claros. Segundo o Washington Post, os assessores estão a considerar um plano que aumentaria os direitos sobre os produtos em cerca de 20% de quase todos os países, em vez de visar determinados países ou produtos. Segundo o jornal, a administração prevê que os novos direitos aduaneiros possam aumentar as receitas em mais de 6 mil milhões de dólares, que poderiam ser enviados aos norte-americanos como um desconto.
Entretanto, o Wall Street Journal, citando pessoas com conhecimento das discussões, informou que o Representante para o Comércio dos Estados Unidos está a preparar a opção de uma tarifa generalizada sobre um subconjunto de países que provavelmente não seria tão elevada como uma opção de tarifa universal de 20%.
Um assessor da Casa Branca disse que qualquer relatório antes do evento desta quarta-feira é "mera especulação" As acções de Trump aumentaram as tensões com os maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos.
Texto integral em inglês: nL2N3QF0CR