Caixa aumenta de 1 a 2 pontos percentuais os juros para financiamento de imóveis

- A Caixa Econômica Federal elevou as taxas de juros do financiamento imobiliário devido a recentes aumentos na taxa Selic e saques na poupança.

- As novas taxas para financiamentos atrelados à TR variam de 10,99% a 12% ao ano, enquanto os juros para linhas corrigidas pela poupança subiram para 4,12% a 5,06% ao ano.

- A mudança afeta apenas os financiamentos do SBPE, enquanto as linhas de crédito do programa Minha Casa, Minha Vida não tiveram aumento.

A Caixa Econômica Federal, principal financiador imobiliário no Brasil, elevou as taxas de juros das linhas de financiamento com recursos do SBPE devido ao aumento da taxa Selic e à retirada de recursos da caderneta de poupança. Desde 2 de janeiro, as taxas para contratos novos subiram de 1 a 2 pontos percentuais. As taxas atreladas à TR agora variam de TR mais 10,99% a 12% ao ano, enquanto as corrigidas pela poupança aumentaram para a remuneração da caderneta mais 4,12% a 5,06% ao ano. Antes, estavam entre TR mais 8,99% a 9,99% e caderneta mais 3,1% a 3,99% respectivamente.

A Caixa esclareceu que as taxas de juros são definidas com base na análise de fatores mercadológicos e conjunturais, de acordo com regras prudenciais. Esta mudança impacta apenas financiamentos para a classe média, utilizando recursos da poupança, enquanto o programa Minha Casa, Minha Vida, que atende famílias com renda de até R$ 8.000, mantém as mesmas condições de juros.

Nos últimos dois meses, a Caixa já havia ajustado as regras do setor, aumentando o valor da entrada de 20% para 30% e introduzindo modalidades atreladas ao CDI, em resposta à taxa Selic. O cenário de aperto na concessão de crédito habitacional é influenciado pela alta da Selic, que passou de 10,5% para 12,25% desde setembro, além da falta de recursos devido a saques consecutivos na poupança e novas restrições para as LCIs. Em outubro, a poupança registrou saques líquidos de R$ 6,3 bilhões, contribuindo para a limitação do crédito, enquanto a demanda pelas linhas da Caixa aumentou em meio à elevação das taxas nos bancos privados.