- O Brasil encerrou 2024 com um superávit comercial de 74,552 bilhões de dólares, um declínio de 24,6% em relação ao ano anterior, mas ainda assim a segunda melhor marca histórica.
- O MDIC projeta para 2025 um saldo comercial entre 60 bilhões e 80 bilhões de dólares, destacando a incerteza econômica e a influência do câmbio.
- O petróleo superou a soja como principal produto de exportação em 2024, enquanto a China permanece como maior compradora, apesar da queda nas exportações para a Ásia.
O Brasil registrou um superávit de 74,552 bilhões de dólares na balança comercial em 2024, conforme revelado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) na segunda-feira. Embora tenha representado um recuo de 24,6% em relação ao ano anterior, ainda marcou o segundo melhor desempenho histórico. O MDIC divulgou uma previsão para 2025, esperando um saldo positivo entre 60 bilhões e 80 bilhões de dólares, sem especificar um único valor, refletindo a incerteza econômica atual.
As projeções para 2025 indicam exportações entre 320 bilhões e 360 bilhões de dólares e importações de 260 bilhões a 280 bilhões de dólares. Herlon Brandão, diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, atribui essas estimativas imprecisas à volatilidade cambial e à expectativa de maior demanda mundial por produtos brasileiros, especialmente carne, soja e milho.
Em 2024, o superávit comercial superou as expectativas do governo, que havia projetado 70,4 bilhões de dólares. As exportações totalizaram 337,036 bilhões de dólares, uma queda de 0,8% devido à redução dos preços dos produtos, enquanto as importações subiram 9%, impulsionadas pela compra de bens de capital.
No setor industrial, as exportações de transformação aumentaram 2,7%, seguidas pela indústria extrativa com 2,4%. Entretanto, as exportações agropecuárias recuaram 11%, com um declínio de 11,6% nos preços dos produtos. O petróleo liderou as exportações, com 44,8 bilhões de dólares, ultrapassando a soja, que caiu 19,4% para 42,9 bilhões de dólares. Brandão sugere que a soja pode retomar a liderança em 2025, devido a uma esperada recuperação da safra agrícola.
Geograficamente, houve redução das exportações para a Ásia, especialmente para a China, que ainda é o principal comprador, com queda de 9,3%. As exportações para a América do Sul também caíram 14%. Entretanto, houve aumento nas exportações para Europa, América do Norte, Oriente Médio e África, com crescimentos de 4%, 6,2%, 19,3% e 20,5%, respectivamente.
Em dezembro, o saldo comercial foi de 4,803 bilhões de dólares, superando a expectativa de analistas que previam 3,9 bilhões de dólares, com exportações de 24,905 bilhões de dólares contra 20,101 bilhões de dólares em importações.