O preço do café arábica, a variedade mais popular no Brasil, alcançou o maior valor real em 30 anos, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP divulgados nesta quarta-feira (19). Em 2025, já houve um aumento de mais de R$ 500 por saca, resultado de estoques baixos e forte demanda, além de preocupações com a safra atual.
O Indicador CEPEA/ESALQ para o arábica tipo 6 atingiu R$ 2.769,45 por saca de 60 kg em 12 de fevereiro, estabelecendo um recorde na série histórica da instituição iniciada em 1996. Conforme o Cepea, os estoques reduzidos nacional e globalmente estão sustentando o movimento de alta. Além disso, a previsão de uma safra novamente modesta para 2025/26 mantém o mercado em alerta.
Apesar dos preços elevados, a demanda permanece robusta, o que continua a pressionar os valores. As condições climáticas também são preocupantes para a produção de 2025. Embora as lavouras estejam na fase final de desenvolvimento, o calor intenso e a falta de chuvas, especialmente nesta semana, têm gerado apreensão entre os produtores.
O Cepea destacou que, apesar das chuvas satisfatórias nas regiões produtoras de café desde outubro de 2024, as expectativas para fevereiro indicam precipitações abaixo da média e temperaturas acima do normal. Essa previsão é preocupante para o desenvolvimento final da safra.
Os pesquisadores apontam que a safra 2025/26 já sofreu impactos negativos devido ao calor e à seca em 2024. Mesmo com o otimismo trazido pelas chuvas recentes, as altas temperaturas esperadas nos próximos dias serão cruciais para o resultado final. O calor excessivo pode comprometer a qualidade do café, secando os grãos antes da colheita e impactando negativamente a produção.