- A Petrobras reduziu suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 28,6% entre 2015 e 2023.
- A empresa adotou técnicas como captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) para melhorar a descarbonização.
- Apesar dos avanços, 90,5% das emissões da Petrobras vêm de fontes indiretas (Escopo 3), difíceis de controlar sem políticas públicas específicas.
A Petrobras (BVMF:PETR4) conseguiu reduzir aproximadamente 28,6% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) em suas operações de exploração e produção entre 2015 e 2023, de acordo com dados do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep). Esta redução deve-se a melhorias operacionais e tecnológicas, incluindo a diminuição de queimas em flaring, venting e emissões fugitivas.
Em 2015, a intensidade média de emissões de GEE por barril equivalente de petróleo produzido pela Petrobras era de 19,9 quilos de gás carbônico equivalente (KgCO2e/boe). Em 2023, essa média caiu para 14,2 KgCO2e/boe. A redução foi possível graças à modernização dos processos operacionais da empresa.
O Ineep destacou que a Petrobras está avançando em outras estratégias de descarbonização, como a implementação de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS). Esta técnica separa o CO2 do gás natural, reinjetando-o nos reservatórios, o que ajuda a descarbonizar as atividades da empresa e a manter a pressão interna dos reservatórios, aumentando a produtividade.
Em 2023, a Petrobras alcançou a marca de 7,2 bilhões de m³ de CO2 reinjetados, sendo que 99% dessa reinjeção ocorreu nas operações do pré-sal da bacia de Santos. Além disso, a empresa tem projetos de CCUS em menor escala nas bacias de Campos, Solimões e Recôncavo.
No entanto, o Ineep destacou que a maioria das emissões da Petrobras (90,5%) são indiretas, classificadas como Escopo 3, o que torna difícil o controle sem políticas públicas específicas. Estas emissões dependem de terceiros e são influenciadas por diretrizes político-econômicas e incentivos à descarbonização e à geração de energia limpa e renovável.
"O poder de atuação das empresas petrolíferas no Escopo 3 é limitado, devido à natureza abrangente e indireta das emissões associadas a essa categoria", explicou o Ineep. A transição energética e a redução das emissões do Escopo 3 exigem uma articulação complexa com políticas públicas.