Em meio a um cenário de crescente tensão comercial entre Pequim e Washington, Brasil e China estreitam suas relações comerciais. De janeiro a março de 2023, o comércio bilateral atingiu um recorde de US$ 38,8 bilhões, com exportações brasileiras alcançando US$ 19,8 bilhões. Este crescimento comercial é impulsionado por um aumento significativo nas importações brasileiras de plataformas e embarcações da China, que totalizaram US$ 2,7 bilhões.
As relações comerciais entre Brasil e China não apenas refletem a incerteza global, mas também indicam oportunidades emergentes em setores como o agronegócio. O ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, destacou que as tensões entre China e EUA têm acelerado negociações com Pequim, apontando para uma potencial expansão nos negócios com a China. Em apoio a isso, autoridades brasileiras e chinesas estão se reunindo para discutir a redução da burocracia nas importações de produtos biotecnológicos.
Enquanto isso, preparações estão em andamento para a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, com ministros brasileiros já em território chinês para preparar o terreno para futuras negociações. A inauguração de uma nova rota marítima direta entre China e Brasil também simboliza o fortalecimento destas relações, ligando diretamente o Porto de Gaolan aos portos brasileiros de Santana e Salvador. Além disso, a recente reunião do Brics em Brasília apoia a criação de uma Bolsa de Grãos, que visa reduzir a dependência do dólar no comércio agrícola internacional, destacando uma cooperação acrescida entre os países do bloco.