Por John Shiffman e Andrew Hay
14 Abr (Reuters) - O suspeito de um ataque incendiário no fim de semana à residência oficial do governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, disse que "nutria ódio" contra o democrata e que o teria espancado com um martelo se tivesse encontrado o governador dentro da mansão.
Depois de se entregar à polícia estadual, o suspeito de 38 anos, Cody Balmer, disse que usou coquetéis molotov caseiros para incendiar a mansão no domingo.
O ataque ocorreu enquanto o governador e sua família estavam dormindo na residência em Harrisburg, capital do Estado, de acordo com um resumo do interrogatório da polícia com Shapiro apresentado no tribunal.
Foi o mais recente episódio de violência política dirigido a uma autoridade eleita dos EUA e teve semelhanças com a invasão da residência de Nancy Pelosi, então presidente democrata da Câmara dos Deputados dos EUA, em outubro de 2022, em São Francisco. Naquele incidente, um homem espancou seu marido, Paul Pelosi, com um martelo. O agressor também havia usado um martelo para invadir a casa de Pelosi.
Balmer foi acusado de tentativa de homicídio, incêndio criminoso, arrombamento e terrorismo com a intenção de coagir "a conduta de um governo", entre outros crimes.
Shapiro, que é judeu, disse que sua família realizou um sêder no sábado para comemorar a primeira noite da Páscoa, um importante feriado judaico, com sua família e convidados na sala de jantar da mansão.
Um policial estadual bateu na porta da residência por volta das 2h da manhã de domingo para acordar Shapiro e levá-lo às pressas para um local seguro com sua família e animais de estimação.
Balmer disse aos policiais que havia enchido garrafas de cerveja com gasolina de um cortador de grama antes de caminhar cerca de uma hora para chegar à mansão do governador, de acordo com o resumo da polícia.
Assim que chegou, ele escalou uma cerca, quebrou a janela da sala do piano da mansão com um martelo e jogou um coquetel molotov lá dentro, disse a polícia, citando vídeos de câmeras de segurança. Em seguida, ele invadiu o local e incendiou a sala de jantar antes de fugir, de acordo com o relato da polícia.
Fotografias tiradas depois que os incêndios foram extintos, distribuídas pelo governo do Estado, mostraram uma grande sala totalmente enegrecida e repleta de detritos, um lustre carbonizado, um piano de cauda chamuscado e enchimento saindo de móveis estofados sujos de fuligem.
Balmer, que se descreve como um mecânico certificado em sua página do Facebook, permaneceu sob custódia nesta segunda-feira. Não ficou claro se ele tinha um advogado.
O suspeito compareceu pela primeira vez ao tribunal nesta segunda-feira. Ele chegou ao tribunal em uma viatura da polícia estadual vestindo um pulôver marrom claro e calças cinza, com as mãos algemadas à sua frente. Balmer colocou a língua para fora enquanto era acompanhado por membros da mídia e levado para dentro do tribunal, onde as câmeras não eram permitidas.
Um juiz lhe negou fiança e marcou uma audiência preliminar para 23 de abril.
A Pensilvânia também foi o cenário da tentativa de assassinato de Donald Trump no ano passado, durante sua bem-sucedida campanha para a Presidência. Em julho, um homem usou um rifle para atirar no então candidato republicano, atingindo de raspão sua orelha, durante um comício em Butler, cerca de 322 km a oeste de Harrisburg.
"O ataque chocante contra o governador Shapiro e sua família é indesculpável, e tal maldade não pode ser tolerada. Felizmente, eles estão ilesos", publicou o presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, na plataforma de mídia social X. "O autor do crime deve ser processado em todo rigor da lei."
((Tradução Redação São Paulo))
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