Por Luc Cohen
NOVA YORK, 14 Abr (Reuters) - Sean "Diddy" Combs se declarou inocente, nesta segunda-feira, de um indiciamento federal que acusa o magnata norte-americano do hip-hop de cinco crimes, incluindo extorsão e tráfico sexual.
Combs, de 55 anos, apresentou sua defesa contra as novas acusações em uma audiência perante o juiz distrital Arun Subramanian, em Manhattan. Ele já havia se declarado inocente de uma acusação anterior envolvendo três acusações.
Em uma declaração do início deste mês fornecida pelos representantes de mídia de Combs, seus advogados disseram: "Estas não são novas alegações ou novos acusadores. Estas são as mesmas pessoas, ex-namoradas de longa data, que estavam envolvidas em relacionamentos consensuais."
A seleção do júri para o julgamento de Combs continua agendada para 5 de maio, com as alegações iniciais previstas para começar em 12 de maio. Os promotores do gabinete do procurador dos EUA em Manhattan afirmam que Combs usou seu império de negócios para abusar sexualmente de mulheres entre 2004 e 2024.
O suposto abuso incluía fazer com que as mulheres participassem de apresentações sexuais gravadas, chamadas de "freak offs", com homens profissionais do sexo, que às vezes eram transportados para outros Estados.
Combs está preso no Brooklyn desde setembro. Ele também enfrenta dezenas de processos civis movidos por mulheres e homens que o acusaram de abuso sexual.
A equipe jurídica do magnata do hip hop negou veementemente que ele tenha feito algo errado.
Marc Agnifilo, um dos advogados de Combs, disse que ele nunca forçou ninguém a se envolver em atos sexuais contra sua vontade e que os "freak offs" eram atividades sexuais consensuais.
Também conhecido durante sua carreira como Puff Daddy e P. Diddy, Combs fundou a Bad Boy Records e tem o crédito de ter ajudado a transformar rappers e cantores de R&B como Mary J. Blige, Faith Evans, Notorious B.I.G. e Usher em estrelas nas décadas de 1990 e 2000.
Mas os promotores disseram que seu sucesso escondia um lado sombrio, citando incidentes, inclusive em março de 2016, quando Combs foi capturado em um vídeo de vigilância chutando, arrastando e jogando um vaso em uma mulher que tentava sair de um hotel de Los Angeles.
No ano passado, a CNN divulgou um vídeo de vigilância mostrando Combs agredindo e arrastando sua ex-namorada Casandra Ventura, cantora de R&B conhecida como Cassie.
Combs pediu desculpas após a transmissão. Agnifilo disse que o vídeo não era prova de tráfico sexual e que Combs e Ventura tiveram "um relacionamento tóxico e amoroso de 11 anos".
(Reportagem de Luc Cohen em Nova York)
((Tradução Redação São Paulo))
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