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Mais de 2.400 caminhões de ajuda entram em Gaza sob trégua e ONU diz que não há grandes problemas de saques

Reuters21 de jan de 2025 às 23:01

Por Michelle Nichols

- Cerca de 900 caminhões de ajuda humanitária entraram na Faixa de Gaza nesta terça-feira, terceiro dia de um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, grupo militante palestino, e, segundo uma autoridade sênior da ONU, até o momento não houve problemas detectáveis de ordem pública.

As últimas chegadas de veículos de ajuda humanitária elevam o total em três dias para mais de 2.400 caminhões entrando no enclave.

Durante os 15 meses de guerra, a ONU afirmou que enfrentou problemas com a operação militar de Israel, restrições de acesso por parte de Israel em Gaza e em toda a Faixa de Gaza e, mais recentemente, saques por gangues armadas.

Muhannad Hadi, principal funcionário da área da ONU responsável pela ajuda em Gaza e na Cisjordânia, disse que houve pequenos incidentes de saques nos últimos três dias, mas "não como antes"

"Não se trata de crime organizado. Crianças pularam em alguns caminhões para tentar levar cestas de alimentos. Houve outras pessoas que tentaram levar água engarrafada", disse ele a jornalistas após visitar o enclave palestino nesta terça-feira.

"Esperamos que em poucos dias tudo isso desapareça quando a população de Gaza perceber que teremos ajuda suficiente para todos."

O Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) disse que 897 caminhões de ajuda entraram na Faixa de Gaza nesta terça-feira, citando informações recebidas de Israel e dos garantidores do acordo de cessar-fogo -- Estados Unidos, Egito e Catar.

No domingo foram 630 caminhões e 915 na segunda-feira. O acordo de trégua exige que pelo menos 600 caminhões de ajuda sejam autorizados a entrar em Gaza todos os dias do cessar-fogo inicial de seis semanas, incluindo 50 deles com combustível. Metade desses caminhões deve ir para o norte de Gaza, onde especialistas alertaram que a fome é iminente.

Hadi advertiu que provavelmente devem surgir problemas: "Não vamos presumir que, por haver um cessar-fogo, a vida será cor-de-rosa e nosso trabalho será um passeio no parque".

Segundo ele, a operação de ajuda enfrentou problemas logísticos porque a rede de estradas dentro de Gaza foi destruída, acrescentando que o movimento de pessoas também foi um fator complicador.

O OCHA disse nesta terça-feira que as prioridades humanitárias em Gaza incluem assistência alimentar, abertura de padarias, fornecimento de cuidados de saúde, reabastecimento de hospitais, reparo de redes de água, fornecimento de material para reparar abrigos e reunião de famílias.

(Reportagem de Michelle Nichols)

((Tradução Redação Brasília))

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