Investing.com – Com a expectativa de que o Federal Reserve dos EUA inicie um ciclo de flexibilização e o Banco Central do Brasil retome a trajetória de altas nos juros, o Goldman Sachs (NYSE:GS) disse que, historicamente, “os aumentos no diferencial de taxas são frequentemente associados a um real mais fraco, refletindo aumentos coincidentes no prêmio de risco específico do país”.
Em relatório divulgado a clientes e ao mercado, o Goldman apontou que grande parte do prêmio de risco doméstico está atualmente embutido na moeda, tendo em vista que o real teve comportamento abaixo de outros emergentes em 3,5% durante o verão americano.
Se a autoridade monetária brasileira demonstrar um posicionamento hawkish na decisão de quarta, a lacuna de desempenho inferior tende a continuar a diminuir. “Isso também deve proteger a moeda de uma maior deterioração com notícias fiscais ou de inflação, especialmente de níveis já esticados”, entende o Goldman. No entanto, para que o real seja mais apreciado, seria preciso que o Brasil criasse e se comprometesse com uma âncora fiscal a médio prazo.
No seu relatório Global Markets Daily, o banco realizou um balanço da recente evolução da moeda brasileira e questionou até que ponto os aumentos das taxas poderiam apoiar o real. Com aumento do prêmio de risco, isso dificultaria “a calibração de uma resposta cambial puramente com base em uma mudança no diferencial de taxa”, detalhou a analista Teresa Alves.
“No entanto, houve períodos em que esta correlação se inverteu, quando o nível das taxas reais empurrou significativamente superior à média, inclusive no início de 2016 (quando a inflação caiu mais rapidamente do que as taxas nominais) e durante o ciclo de alta 2021-2022 (quando as taxas nominais subiram mais rápido que a inflação)”, completou Alvez no documento.