- A aprovação da lei para energia eólica offshore no Brasil possibilita o primeiro leilão de áreas no mar para 2025, conforme metas da COP30.
- O Brasil possui potencial significativo, especialmente no Nordeste, Sudeste e Sul, com mais de 100 projetos aguardando licenciamento ambiental.
- A energia eólica offshore é parte crucial das iniciativas do governo para transição energética, enfrentando desafios de sobreoferta e retração no curto prazo.
A sanção da lei de exploração da energia eólica offshore no Brasil, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última sexta-feira (10), marca um passo significativo rumo ao primeiro leilão de cessão de uso de áreas no mar, previsto para 2025. Esta iniciativa está alinhada com os objetivos climáticos do país para a conferência COP30, conforme destacou Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), em entrevista à Reuters na segunda-feira (13).
A tecnologia para geração de energia eólica offshore já vem sendo estudada e o Ministério de Minas e Energia se preparou previamente para o certame, aprendendo com a experiência internacional. "Foi uma base estrutural forte, agora temos que seguir com aparatos infralegais, sendo que a maioria está pronto, porque esperamos muito por essa lei", afirmou Gannoum.
Com potencial acentuado nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, o Brasil possui mais de 100 projetos de energia eólica offshore em estágios iniciais de desenvolvimento, aguardando licenciamento ambiental do Ibama. Entretanto, os investidores levarão pelo menos três anos após a obtenção do direito de exploração para avançar com os projetos, com expectativa de operação das primeiras usinas a partir de 2031.
Apesar dos desafios atuais de retração na instalação de novas usinas devido à sobreoferta de energia, Gannoum apontou que a demanda por eletricidade crescerá a partir de 2027 e 2028, impulsionada por setores como data centers e indústria de hidrogênio verde. Ela também aplaudiu o veto presidencial a emendas que contrariavam a agenda de energia limpa, reforçando o compromisso do setor com a transição energética.