Investing.com — O novo governo da Alemanha provavelmente não conseguirá promover uma forte recuperação econômica este ano, apesar de um amplo plano de estímulo fiscal, segundo a Capital Economics.
Embora o acordo de coalizão delineie investimentos substanciais em infraestrutura e defesa, a empresa de pesquisa econômica espera que desafios externos, particularmente dos Estados Unidos, limitem o impacto no curto prazo.
O governo alemão pretende aumentar os gastos com infraestrutura em US$ 150 bilhões entre 2025 e 2029, equivalente a cerca de 0,7% do PIB por ano.
Embora isso marque um aumento significativo, a Capital Economics chamou o plano de "ambicioso" e disse que uma cifra mais realista pode estar mais próxima de 0,5% do PIB por ano. Em relação à defesa, a empresa reiterou as expectativas de que os gastos aumentem de 2,1% do PIB em 2024 para cerca de 3,5% até 2027.
Medidas adicionais para estimular a atividade incluem cortes de impostos para empresas, incentivos à participação no mercado de trabalho e apoio direcionado a setores como restaurantes, veículos elétricos e agricultura. No entanto, não se espera que estas impulsionem um crescimento significativo este ano.
"Levará tempo para aprovar novas políticas e iniciar os gastos com investimentos. Portanto, qualquer benefício este ano será pequeno e provavelmente compensado pelo impacto das tarifas dos EUA, às quais a Alemanha está muito mais exposta do que a maioria dos países da zona do euro", escreveu a Capital Economics em um relatório de sexta-feira.
O risco de tarifas adicionais sobre produtos farmacêuticos, um setor-chave de exportação alemã, adiciona mais pressão negativa.
Embora o estímulo doméstico possa elevar o crescimento do PIB para 1% ou mais de 2026 a 2028, esta projeção depende de uma suspensão indefinida de tarifas recíprocas.
Mesmo assim, a Capital Economics vê apenas uma melhoria marginal no crescimento potencial da Alemanha devido às medidas limitadas de oferta de trabalho e ao foco na manutenção, em vez da expansão, da infraestrutura.
"A capacidade geral de produção manufatureira ainda parece destinada a declinar, mesmo que gastos mais altos com defesa estimulem o crescimento nesse setor", disse a nota, acrescentando que anos de subinvestimento significam que grande parte dos próximos gastos será usada para reparar a infraestrutura existente.
A empresa também expressou ceticismo sobre ganhos de produtividade a longo prazo, citando progresso incremental na burocracia e falta de apoio para setores de alto crescimento.
Enquanto Friedrich Merz se prepara para assumir o cargo, a Capital Economics observa que as ambições da coalizão podem já estar "ultrapassadas pelos acontecimentos", com as tensões comerciais com os EUA provavelmente moldando as perspectivas de curto prazo.
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