Governo Trump está determinado a reescrever regras do comércio global a qualquer custo

Investing.com — Os mercados globais despencaram após o presidente dos EUA, Donald Trump, revelar um amplo pacote de tarifas, declarando o momento como "o dia da libertação econômica da América" em um discurso no Jardim das Rosas da Casa Branca.

O anúncio desencadeou uma ampla venda de ações e aumentou as preocupações dos investidores sobre crescimento, inflação e perspectivas do comércio global. Analistas afirmaram que os detalhes do anúncio foram piores que o esperado e corresponderam ao pior cenário possível.

As novas medidas incluem uma tarifa universal de 10% sobre todas as importações e tarifas "recíprocas" adicionais de até 50% sobre mercadorias de 57 países. Trump descreveu a medida como uma redefinição há muito esperada das relações comerciais dos EUA, prometendo que isso traria de volta empregos na manufatura e reduziria a dependência de produtos estrangeiros.

"Por décadas, fomos saqueados, violados, pilhados e roubados", disse Trump. "Essas tarifas farão a América rica novamente."

Os mercados reagiram rapidamente. O S&P 500 fechou a semana com queda de mais de 10%, enquanto o CBOE Volatility Index registrou o segundo maior valor em mais de 5 anos.

O Brent Oil Futures caiu para US$ 66 por barril, os spreads de crédito se ampliaram e os Treasuries subiram fortemente à medida que os investidores precificaram um choque significativo de crescimento. O US Dollar Index enfraqueceu, contrariando as expectativas de valorização sob um regime comercial protecionista.

Christian Keller, chefe de pesquisa econômica do Barclays (LON:BARC) Investment Bank, afirmou que as ações do governo marcam uma mudança histórica na política comercial.

"Nossa principal conclusão dessa 'matemática' tarifária é que o governo Trump está determinado a reescrever a ordem comercial global, e qualquer justificativa servirá", disse Keller. "Nisto, parece destinado a ter sucesso."

O Barclays estima que a tarifa média ponderada pelo comércio dos EUA subirá para 23%, um aumento de 20 pontos percentuais em apenas dois anos e o nível mais alto desde 1909.

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