A Dívida Pública Federal (DPF) do Brasil registrou um crescimento de 12,2% em 2024, totalizando R$ 7,316 trilhões, conforme dados divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional nesta terça-feira (4). Este aumento foi impulsionado principalmente pela apropriação de juros, que adicionou R$ 762,4 bilhões ao total. A dívida bruta brasileira também aumentou, fechando 2024 em 76,1% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme relatório do Banco Central, refletindo um aumento de 2,2 pontos percentuais no ano.
A dívida pública mobiliária federal interna (DPMFi) subiu de R$ 6,268 trilhões em 2023 para R$ 6,967 trilhões em 2024. Enquanto isso, a dívida pública federal externa (DPFe) encerrou 2024 com um aumento em seu estoque, totalizando R$ 349,2 bilhões. Segundo Rogério Ceron, secretário do Tesouro, embora as operações em 2024 tenham sido “pequenas”, elas foram adequadas para ajudar a estabilizar o mercado.
O BC, utilizando uma metodologia que inclui dívidas estaduais e municipais, mas exclui ativos governamentais, relatou que desde o início do governo Lula, a dívida pública subiu 4,4 pontos percentuais. Em contraste, o Tesouro leva em conta apenas o estoque de títulos emitidos pelo governo, tanto interna como externamente.
A reserva de liquidez da dívida alcançou cerca de 7% do PIB, superior ao nível prudencial necessário para cobrir três meses de vencimentos da dívida. Isso se mostrou suficiente para cobrir os vencimentos da DPMFi no primeiro semestre de 2025, que concentram a maior parte dos vencimentos.
Os dados de dezembro indicaram um crescimento na DPF de 1,55%, passando de R$ 7,204 trilhões em novembro para R$ 7,316 trilhões, impulsionado por emissões líquidas e apropriação de juros. A DPMFi aumentou 1,51%, e a DPFe teve uma variação positiva de 2,48%.