Em 2024, o mercado imobiliário comercial brasileiro vivenciou um aumento significativo nos preços de locação, registrando alta de 7,88%, a maior desde 2013, segundo o índice FipeZap. Em contraste, os preços de venda de imóveis comerciais tiveram uma elevação modesta de apenas 0,40% no mesmo período. Esse cenário divergente decorre principalmente do ambiente de juros elevados, que desestimulou investidores na compra de imóveis e intensificou a demanda por locação, conforme explica Alison Oliveira, coordenador do índice FipeZap.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) também apresentaram aumentos de 4,83% e 6,54%, respectivamente, ao longo do ano. No entanto, o aumento no preço de locação superou essas referências, destacando o dinamismo do mercado de aluguel comercial. Cidades como Niterói, Curitiba e Rio de Janeiro lideraram as valorizações no segmento de locação, enquanto Curitiba e Salvador se destacaram em relação aos preços de venda.
Oliveira observa que, em cada cidade, o mercado imobiliário apresenta ritmos distintos. Curitiba, por exemplo, exibe um crescimento mais vigoroso devido à atividade econômica aquecida na região. Em São Paulo, o regime híbrido de trabalho adotado por muitas empresas afetou a força do mercado imobiliário comercial.
Em dezembro de 2024, houve um aumento de 0,23% nos preços de locação e 0,16% nos de venda, ambos ficando abaixo da inflação medida pelo IPCA e IGP-M. Destaques pontuais incluem Curitiba e Niterói, que lideraram as elevações nos preços de venda e locação, respectivamente, enquanto Brasília e Curitiba registraram quedas em determinados segmentos. O preço médio de venda no mês foi de R$ 8.421/m², com São Paulo apresentando o valor mais alto de R$ 10.142/m².
O retorno médio de aluguel de imóveis comerciais, ou rental yield, foi de 6,70% ao ano, superando o mercado residencial, mas ainda inferior às aplicações financeiras tradicionais. Salvador apresentou a maior rentabilidade anual no segmento. Outras cidades também registraram taxas competitivas, refletindo a atratividade contínua do mercado de locação como investimento.