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União Europeia pode responder às tarifas de Trump de três formas

Investing.com20 de jan de 2025 às 16:17

Investing.com – A União Europeia (UE) tem três opções de política possíveis para responder às tarifas abrangentes de importação propostas pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de acordo com analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS).

Trump sugeriu que os EUA poderiam impor tarifas severas sobre bens importados, tanto de aliados quanto de rivais, sendo vistas por economistas e estrategistas como ferramentas de negociação.

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Além de uma tarifa de 60% sobre produtos chineses e uma sobretaxa de importação de 25% sobre produtos canadenses e mexicanos, Trump indicou que poderia aplicar uma taxa de 10% sobre importações globais.

Se Trump, que será empossado na segunda-feira, decidir implementar essa política, a UE teria três caminhos, segundo os analistas liderados por Sven Jari Stehn, em nota aos clientes.

A primeira alternativa seria a adoção de uma retaliação tarifária equivalente, aplicada a um conjunto mais amplo de produtos do que nos embates comerciais anteriores com os EUA durante o primeiro mandato de Trump. Em 2018 e 2021, a UE focou produtos como artigos esportivos e papel.

“Como em 2018, esperamos que a UE responda às tarifas dos EUA assim que forem introduzidas. No entanto, o momento e o risco de escalada para uma guerra comercial dependerão de o governo dos EUA elevar as tarifas seguindo diretrizes da Organização Mundial do Comércio ou unilateralmente,” afirmaram os analistas.

Outra opção seria a UE adotar uma postura mais defensiva em relação às importações chinesas, reduzindo seu compromisso com o livre comércio como forma de apaziguar Trump.

Os analistas destacaram que a "grande maioria" das investigações em andamento da UE sobre importações já está focada na China, especialmente em produtos vendidos a preços abaixo do valor de mercado.

Contudo, a UE provavelmente evitaria exacerbar tensões com a China, já que isso marcaria um afastamento de seus princípios de livre comércio e poderia gerar retaliações de Pequim.

A terceira alternativa seria uma postura conciliatória com Trump, aumentando a compra de gás natural e petróleo dos EUA e elevando os gastos com defesa. Trump e sua equipe já indicaram que essas ações poderiam ajudar a UE a evitar tarifas.

Embora alguns formuladores de políticas europeus tenham alertado que esse compromisso poderia elevar os custos de importação, os analistas observaram que “os preços futuros do gás natural sugerem que a Europa poderia atender a essa demanda com custos relativamente administráveis, caso sejam firmados novos contratos de longo prazo de gás natural liquefeito com instalações de exportação dos EUA.”

No entanto, um aumento nos gastos militares seria “desafiador” a menos que os membros da UE revisem suas prioridades fiscais. Embora se espere que a UE aumente os gastos com defesa nos próximos três anos, os analistas alertaram que o progresso de Bruxelas nessa direção pode ser “lento demais” para atender às exigências da administração Trump.

Se Trump avançar com o aumento tarifário, os analistas preveem que a UE “responderá prontamente com tarifas de importação mais altas sobre bens de consumo dos EUA.”

“O risco de uma escalada para uma guerra comercial poderia ser reduzido dependendo da rapidez e da magnitude do ajuste fiscal europeu,” concluíram os analistas.

Ameaças e oportunidades para a Europa em um governo Trump

A posse do presidente Donald Trump, marcada para a segunda-feira, representa um momento crucial para a Europa, gerando tanto ameaças quanto oportunidades, segundo a BCA Research.

“Os primeiros meses do segundo mandato de Trump serão repletos de incertezas e acentuarão os principais ventos contrários ao crescimento e aos ativos europeus,” afirmaram analistas da BCA Research em nota de 20 de janeiro.

“No entanto, essa pressão logo diminuirá, à medida que as propostas fiscais de Trump forem contidas e a Europa e os EUA chegarem a acordos comerciais. Permaneça posicionado de forma defensiva nos mercados europeus por enquanto, mas lembre-se de que uma oportunidade de compra de longo prazo está próxima.”

A Europa está fortemente exposta à guerra comercial de Trump. No entanto, a incerteza é o principal vetor de impacto. Com o tempo, ela diminuirá, já que Europa e EUA possuem terreno comum suficiente para alcançar um acordo mutuamente benéfico.

A posição da nova administração em relação à Ucrânia será favorável para a Europa. Contudo, a postura dura em relação ao Irã cria riscos de curto prazo para o crescimento e a inflação europeus.

As propostas fiscais de Trump têm implicações mistas para a Europa. Por um lado, um crescimento mais forte nos EUA impulsiona as exportações europeias. Por outro, a força da economia americana provoca movimentos nos mercados financeiros que drenam liquidez da Europa. No fim, os mercados financeiros provavelmente impedirão Trump de implementar plenamente seus cortes de impostos.

O programa de desregulamentação da nova administração aumentará a pressão sobre a Europa para acelerar sua integração, o que gerará um dividendo de crescimento ao longo do tempo.

As políticas de imigração de Trump removerão um fator de sustentação ao crescimento dos EUA, o que ajudará a Europa a atrair mais capital no longo prazo.

No curto prazo, a incerteza decorrente das ameaças tarifárias e do conflito entre cortes de impostos e volatilidade do mercado de títulos continuará a dominar o desempenho dos ativos europeus, criando fortes desafios na primeira metade de 2025.

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