- A intenção de consumo das famílias e a confiança dos empresários do comércio mostraram sinais de recuperação no final de 2024, segundo a CNC.
- A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) e o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) ambos cresceram 0,2% em dezembro em relação a novembro.
- As expectativas para 2025 são desafiadoras, mas com potencial para crescimento contínuo se as condições adequadas forem cumpridas.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelou que tanto a intenção de consumo das famílias quanto a confiança dos empresários do comércio mostraram sinais de recuperação ao final de 2024. As análises foram baseadas na Intenção de Consumo das Famílias (ICF) e no Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), ambos avançando 0,2% em dezembro em comparação a novembro, já descontadas as influências sazonais.
O ICF alcançou 103,9 pontos, situando-se na zona favorável acima de 100 pontos, apesar de ainda estar 1,3% abaixo do nível de dezembro de 2023. Já o Icec atingiu 112,4 pontos, marcando um aumento de 3,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, localizando-se na zona de otimismo.
José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, destacou que, apesar da inflação elevada e dos juros em alta, o comércio brasileiro permanece forte devido ao seu mercado de consumo interno robusto. Tadros enfatizou os ganhos em 2024 com a reforma tributária e a defesa da competitividade empresarial.
Em relação aos componentes da ICF, houve melhorias notáveis em emprego atual, perspectiva profissional e perspectiva de consumo. Contudo, o acesso ao crédito sofreu uma queda, refletindo a cautela dos consumidores diante de um cenário financeiro mais restritivo.
O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, salientou que 2024 foi um ano de avanços importantes, com a expectativa de que o Brasil possa engatar uma trajetória positiva de crescimento em 2025, desde que a cautela e as medidas adequadas sejam mantidas.
Entre consumidores de diferentes faixas de renda, a intenção de consumo variou. Enquanto as famílias com renda acima de 10 salários mínimos apresentaram um aumento na intenção de consumo, o grupo com menor renda enfrentou uma retração. No Icec, os componentes de avaliação das condições atuais e expectativas mostraram crescimento, embora as intenções de investimentos tenham registrado uma leve diminuição.
Felipe Tavares completou que a recuperação da intenção de consumo estimulou o otimismo dos empresários pelo terceiro mês consecutivo, esperando-se que essa tendência de melhoria continue nos meses subsequentes.