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Biden bloqueia venda da U.S. Steel à japonesa Nippon Steel

Reuters3 de jan de 2025 às 14:27

- O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, bloqueou oficialmente a proposta de compra da U.S. Steel X.N pela Nippon Steel 5401.T, no valor de 14,9 mil milhões de dólares, esta sexta-feira, desferindo um golpe provavelmente fatal no controverso plano de fusão, após um ano de análise.

"Uma forte indústria siderúrgica de propriedade e operação nacional representa uma prioridade essencial de segurança nacional e é fundamental para cadeias de abastecimento resistentes", disse Biden num comunicado. "Sem produção nacional de aço e trabalhadores nacionais do sector, a nossa nação é menos forte e menos segura".

O Comité de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS) passou meses a rever o negócio em busca de riscos à segurança nacional, mas encaminhou a decisão para Biden em Dezembro, após não chegar a um consenso.

O acordo foi anunciado em Dezembro de 2023 e quase imediatamente encontrou oposição política antes da eleição presidencial norte-americana a 5 de Novembro. Tanto o então candidato Donald Trump como Biden prometeram bloquear a compra da conhecida empresa norte-americana, a primeira empresa de sempre avaliada em mais de mil milhões de dólares e que outrora controlava a maior parte da produção de aço do país.

A Nippon pagou um prémio elevado para fechar o negócio e fez várias concessões, incluindo uma última jogada de dar ao governo norte-americano poder de veto sobre as alterações à produção. A empresa sediada em Pittsburgh avisou que milhares de empregos estariam em risco sem o acordo. Analistas dizem que poderá surgir outro comprador, incluindo a Cleveland-Cliffs, sediada no Ohio.

A Nippon Steel ameaçou anteriormente com uma acção nos tribunais se o negócio fosse bloqueado.

As acções da U.S. Steel caíram 8% antes da abertura das negociações.

Em Novembro, o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, pediu a Biden que aprovasse a fusão para evitar prejudicar os recentes esforços para fortalecer os laços entre os dois países, noticiou a Reuters em exclusivo.

Um porta-voz de Ishiba não pôde ser contactado para fazer comentários, esta sexta-feira, antes do anúncio e o Ministério do Comércio do Japão recusou-se a comentar antes do anúncio formal de uma decisão.

O Japão é um aliado-chave dos Estados Unidos na região do Indo-Pacífico, onde a ascensão económica e militar da China e as ameaças da Coreia do Norte suscitaram receios em Washington.

O Japão é também o principal investidor nos Estados Unidos tendo o Keidanren, o seu maior grupo de pressão empresarial, já manifestado anteriormente a sua preocupação com o facto de a revisão estar a ser alvo de pressões políticas.

Texto integral em inglês: nL1N3NZ037

(Por David Shepardson, Tim Kelly e Katya Golubkova; escrito por Lincoln Feast e John Geddie; Tradução para português por Tiago Brandão, Gdansk Newsroom)

((gdansk.newsroom@thomsonreuters.com ; +48 58 769 66 00))

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