Por Noreen B. e Jessica Melo
Investing.com -- As ações globais de chips estão sendo negociadas em alta nesta quinta-feira, enquanto os mercados dos EUA estão fechados para o feriado de Ação de Graças. A OPEP adiou sua próxima reunião para discutir a redução dos cortes de fornecimento, e a Comissão Federal de Comércio está investigando a Microsoft. No Brasil, medidas de corte de gastos são anunciadas pelo governo.
Veja a seguir o que está acontecendo nos mercados.
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1. Ações de chips sobem; FTC abre investigação sobre a Microsoft
As ações das principais empresas globais de equipamentos semicondutores subiram acentuadamente na quinta-feira, após um relatório de que as novas sanções dos EUA sobre a indústria de chips da China podem ser menos severas do que o esperado.
A ASML (AS:ASML) ganhou aproximadamente 4% no início do pregão europeu, enquanto a Tokyo Electron Ltd. (TYO:8035) subiu mais de 6% no Japão.
A Bloomberg informou na quarta-feira que os EUA estão considerando restrições adicionais sobre a venda de equipamentos semicondutores e chips de memória de IA para a China, mas as novas regras podem ficar aquém das propostas anteriores mais rigorosas.
As ações da Microsoft (NASDAQ:MSFT) caíram nas negociações após o expediente, depois que a Comissão Federal de Comércio lançou uma ampla investigação antitruste, abrangendo várias áreas de negócios da gigante do software, incluindo computação em nuvem, inteligência artificial e segurança cibernética.
A investigação está analisando se a Microsoft está aproveitando seu poder de mercado em software de produtividade ao impor termos de licenciamento restritivos que impedem que os clientes transfiram seus dados do serviço de nuvem Azure para plataformas concorrentes.
A investigação foi autorizada pela presidente da FTC, Lina Khan, antes de sua provável saída em janeiro. O resultado da investigação permanece incerto, já que a eleição de Donald Trump aumentou as expectativas de que ele nomeará um colega republicano com uma abordagem mais suave em relação aos negócios.
VEJA: Calendário Econômico do Investing.com
2. Reunião da OPEP adiada
A OPEP+ adiou uma reunião sobre cortes na produção de petróleo, inicialmente agendada para domingo, para 5 de dezembro, de acordo com relatórios.
O grupo deve discutir se deve avançar com os planos de aumentar a produção em 180.000 barris por dia a partir de janeiro. No início da semana, os relatórios indicaram que as discussões estão em andamento para adiar o aumento planejado, possivelmente por vários meses.
Os mercados de petróleo estão atentos a um possível excesso de oferta global em 2025, impulsionado principalmente pela produção recorde dos EUA.
Os preços do petróleo ficaram ligeiramente mais baixos depois que os dados dos estoques dos EUA durante a noite mostraram que, embora os estoques de petróleo tenham caído na última semana, os estoques de gasolina aumentaram, gerando preocupações sobre o arrefecimento da demanda.
Um cessar-fogo entre Israel e o Líbano também afetou o prêmio de risco.
VEJA: Cotações das commodities
3. Ganhos do Bitcoin
O Bitcoin estava oscilando em torno de US$ 96.000 na quinta-feira, já que a maior moeda digital do mundo voltou a se aproximar do nível de US$ 100.000, depois de não ter conseguido ultrapassar esse marco na semana passada.
O Bitcoin atingiu uma série de recordes desde a eleição presidencial de 5 de novembro, impulsionado pelas expectativas de que o novo governo Trump será extremamente pró-criptografia.
A Fox News informou na quarta-feira que o novo governo quer transferir a maior parte da supervisão regulatória de criptografia da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities para a Comissão de Valores Mobiliários.
A CFTC supervisiona o mercado de derivativos dos EUA e é vista como tendo padrões regulatórios menos rigorosos do que a SEC.
Mas os analistas da Compass Point disseram na quarta-feira que os planos de Trump para uma reserva estratégica de Bitcoin tinham escopo limitado, com o Tesouro dos EUA improvável de aprovar mais financiamento voltado para o déficit para o governo comprar Bitcoin.
4. Black Friday em foco
A Black Friday marca o início da temporada de compras de fim de ano, o que oferecerá uma indicação importante de como os consumidores dos EUA estão lidando com os preços mais altos.
Espera-se que a temporada forneça mais informações sobre os gastos dos consumidores, que impulsionam mais de dois terços da atividade econômica dos EUA. Embora a inflação tenha diminuído em relação aos máximos de 40 anos atingidos há dois anos, os preços elevados continuam a desafiar os compradores. O aumento dos gastos até o final do ano pode reforçar os dados recentes que sugerem uma economia mais forte do que o esperado.
Embora os investidores tenham recebido bem esses sinais de resistência econômica, permanecem as preocupações com o potencial de retomada da inflação, o que poderia limitar a extensão dos cortes nas taxas de juros do Fed nos próximos meses.
5. Medidas fiscais anunciadas e câmbio em foco no Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, realizou um pronunciamento à nação ontem, detalhando as medidas de controle de gastos para ajustar as contas públicas. Conforme apontado recentemente na mídia, a economia esperada é de R$70 bilhões nos próximos dois anos.
Entre as estratégias, estão a definição de uma idade mínima para que militares entrem na reserva, além da limitação de transferência de pensões. Além disso, também estão previstas mudanças no abono salarial, que será limitado a quem ganha até R$2640. Haddad ainda medidas de combate a privilégios, para que os agentes públicos estejam sujeitos a teto constitucional, e que o montante das emendas parlamentares deve subir em patamar menor do que o limite das metas fiscais.
“Com as novas regras propostas, o salário mínimo continuará subindo acima da inflação, de forma sustentável e dentro da nova regra fiscal”, disse o ministro.
Além das medidas de controle de gastos, Haddad anunciou mudanças no imposto de renda. Promessa de campanha do governo Lula, o governo informou que quem recebe até R$5 mil não deve mais pagar imposto de renda, o que deve ser compensado por quem ganha mais de R$50 mil.
No fechamento de ontem, antecipando o anúncio sobre o imposto de renda, a cotação do dólar disparou 1,80%, chegando a R$5,9141, maior cotação nominal da história.
“Por mais que o ministro Haddad diga que o impacto fiscal será neutro com a criação de um imposto para as pessoas que têm uma renda mensal acima de R$ 50 mil, a falta de detalhes das duas medidas vão manter a incerteza do mercado em relação à trajetória do endividamento público nos próximos anos”, acredita Leandro Manzoni, analista de economia do Investing.com.
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