Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- Os futuros das ações norte-americanas oscilaram em torno de ambos os lados da linha plana, com os mercados aguardando os resultados de novas empresas e indicadores econômicos. Os gigantes do setor bancário de Wall Street Bank of America (NYSE:BAC) e Goldman Sachs (NYSE:GS) devem destacar a lista de balanços trimestrais. Enquanto isso, as ações da Nvidia atingem um novo recorde de alta, aproximando a capitalização de mercado da fabricante de chips de inteligência artificial do gigante da tecnologia Apple, a empresa mais valiosa do mundo. No Brasil, possível nova contenção de gastos em foco.
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1. Gigantes do setor bancário de Wall Street divulgarão seus balanços
Os futuros das ações dos EUA estavam mistos na terça-feira, com os investidores aguardando uma série de relatórios de lucros corporativos trimestrais e dados econômicos importantes.
Às 7h57 (de Brasília), o contrato S&P 500 futuros estava em alta de 0,06%, o Dow futuros havia subido 0,04%, e o Nasdaq 100 futuros estava estável.
O índice de referência S&P 500 e o índice de 30 ações Dow Jones Industrial Average registraram altas recordes na segunda-feira, após um dia de negociações relativamente moderado devido ao fechamento dos mercados de títulos para um feriado federal.
Um salto no preço das ações da Nvidia, líder em inteligência artificial, para um novo pico de fechamento de todos os tempos, também ajudou a impulsionar o Nasdaq Composto, um mercado de alta tecnologia, em 160 pontos ou 0,9%.
Uma série de resultados trimestrais de alguns dos maiores nomes da América corporativa deve ser divulgada na terça-feira, incluindo os números dos gigantes de Wall Street, Bank of America, Goldman Sachs e Citigroup (NYSE:C).
Os mercados estarão atentos para ver como esses retornos influenciam a perspectiva do setor de serviços financeiros para os últimos três meses de 2024 - e um ciclo de flexibilização previsto pelo Federal Reserve.
Na sexta-feira, o índice bancário KBW, um rastreador de 24 dos maiores credores dos EUA, subiu para seu nível mais alto desde antes da falência do Silicon Valley Bank em 2022, graças a uma receita mais forte do que a estimada do JPMorgan Chase (NYSE:JPM) e do Wells Fargo (NYSE:WFC).
A base do aumento foram as esperanças de que os EUA estivessem no caminho certo para o chamado "pouso suave", no qual o Fed consegue domar a inflação altíssima sem provocar uma desaceleração mais ampla na economia. O banco central, que aumentou as taxas de juros de forma agressiva a partir de 2022 em uma tentativa de conter o crescimento dos preços, reduziu os custos dos empréstimos em 50 pontos-base em sua reunião de setembro para apoiar a atividade econômica e o mercado de trabalho.
O CFO do JPMorgan, Jeremy Barnum, disse que qualquer indicação de desaceleração nos gastos dos consumidores está dentro "do que é normal", enquanto o CEO do Wells Fargo, Charlie Scharf, observou que o banco não está vendo sinais de mudança na saúde dos compradores americanos.
ACOMPANHE: Calendário da temporada de balanços
2. Ações da Nvidia atingem recorde de alta
As ações da fabricante de chips de IA Nvidia subiram 2,4% na segunda-feira, para US$ 138,07, elevando sua capitalização de mercado para US$ 3,39 trilhões.
O aumento coloca a Nvidia, sediada em Santa Clara, Califórnia, cujos processadores otimizados para IA tornaram a empresa um dos pontos focais do crescente entusiasmo em torno da tecnologia nascente, mais perto de substituir a Apple (NASDAQ:AAPL), fabricante do iPhone, como a empresa mais valiosa do mundo. A capitalização de mercado da Apple é de US$ 3,52 trilhões.
A Nvidia, que temporariamente deteve a coroa como o grupo mais valioso do mundo em junho, antes de ser desbancada pelo titã do software Microsoft (NASDAQ:MSFT), disse que os clientes continuam a comprar sua linha atual de chips. No entanto, em agosto, a empresa sinalizou que a produção de seus chips Blackwell de próxima geração havia sido adiada até o quarto trimestre.
Em outro lugar, o governo Biden está considerando colocar um limite nas vendas de chips de IA fabricados pela Nvidia (NASDAQ:NVDA) e pela AMD (NASDAQ:AMD) em uma base por país, de acordo com uma notícia da Bloomberg News.
As autoridades discutiram a imposição de licenças de exportação limitadas em alguns países, provavelmente cortando sua exposição aos avanços da tecnologia de IA, disse o relatório. As restrições estão sendo consideradas no interesse da segurança nacional e se concentram em países do Oriente Médio e do Golfo Pérsico.
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3. Alta das ações da Trump Media
O preço das ações do grupo de mídia do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, subiu na segunda-feira, atingindo sua maior marca em mais de dois meses.
As ações do Trump Media and Technology Group (NASDAQ:DJT) mais do que dobraram nas últimas duas semanas, impulsionadas em parte por um aumento nas probabilidades de apostas de que Trump sairá vitorioso na eleição presidencial de 5 de novembro.
Também impulsionaram o salto de segunda-feira nas ações da Trump Media os relatos de que Kamala Harris - a rival democrata de Trump para a Casa Branca - havia concordado em ser entrevistada pela Fox News. O sentimento também foi ajudado pelo anúncio da Trump Media de que a empresa deficitária lançaria seu próprio serviço de streaming de vídeo.
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4. Petróleo cai
Os preços do petróleo caíram acentuadamente na terça-feira, aumentando as perdas recentes devido às crescentes preocupações com a desaceleração do crescimento da demanda, principalmente do principal exportador, a China.
Às 7h58, o contrato Brent caiu 4,7%, para US$73,82 por barril, enquanto os futuros do petróleo dos EUA (WTI) foram negociados 4,97% mais baixos, a US$ 70,16 por barril.
Esses temores foram exacerbados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo, que cortou suas perspectivas de demanda de petróleo pelo terceiro mês consecutivo.
Os preços do petróleo também foram prejudicados pelos investidores que precificaram um prêmio de risco depois que um relatório na segunda-feira disse que Israel não atacará as instalações nucleares e de petróleo do Irã. Tal ataque teria marcado uma grande escalada no conflito e deixado os investidores preocupados com uma interrupção no fornecimento dessa região rica em petróleo.
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5. Fiscal em foco no Brasil
Os investidores estão atentos ao cenário fiscal, após a agência de notícias Reuters informar que o governo prepara medidas de contenção de gastos após as eleições municipais.
A expectativa é de que, após o segundo turno, no fim deste mês, sejam anunciadas medidas para restringir gastos obrigatórios – o que vem sendo tratado como prioridade no Ministério da Fazenda.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu medidas de limitação de despesas obrigatórias em entrevista à Folha de S. Paulo, para viabilizar o devido funcionamento do arcabouço fiscal. Tanto Haddad quanto a ministra do planejamento, Simone Tebet, têm argumentado a favor de ações com este foco nos últimos meses.
Economistas enxergam com certo ceticismo a possibilidade de um ajuste fiscal mais robusto e veem como um problema o fato de que as medidas anunciadas por Haddad possuem maior foco no aumento da arrecadação, o que pode inviabilizar o cumprimento das regras fiscais.
Às 7h59 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) recuava 1,04% no pré-mercado.