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Brasil trabalha por metas de emissões mais rígidas antes da cúpula climática, dizem fontes

Reuters23 de abr de 2025 às 13:26

Por Manuela Andreoni e Lisandra Paraguassu

- O Brasil, anfitrião da cúpula climática das Nações Unidas deste ano, tem como objetivo persuadir Europa, China e outras economias em desenvolvimento a se comprometerem a reduzir as emissões de gases de efeito estufa o suficiente para manter o aquecimento global bem abaixo de 2 graus Celsius, disseram à Reuters três pessoas com conhecimento dos planos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o secretário-geral da ONU, António Guterres, agendaram uma reunião online fechada nesta quarta-feira para conversar com líderes das 35 maiores economias do mundo sobre compromissos mais fortes.

O embaixador brasileiro e presidente da COP30, André Corrêa do Lago, esteve na semana passada em Pequim, onde discutiu as promessas nacionais com autoridades chinesas.

Ele disse que alinhar as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) com o Acordo de Paris não é uma meta estritamente brasileira, porque cada nação estabelece sua própria meta, mas o Brasil está incentivando os países a chegarem lá.

"Não estamos onde Paris recomendou", acrescentou. "Esperamos que os números se aproximem."

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A cúpula climática global deste ano, COP30 que será realizada na cidade de Belém em novembro, marca o 10º aniversário do Acordo de Paris, quando os signatários concordaram em limitar o aquecimento a bem menos de 2 graus Celsius em relação aos níveis pré-industriais.

Até agora, porém, os países só se comprometeram a limitar o aquecimento a cerca de 2,6 graus Celsius, um nível catastrófico que, segundo os cientistas, poderia levar ao colapso de vários sistemas naturais dos quais os seres humanos dependem.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou seu país, a maior economia do mundo, do Acordo de Paris, de modo que será difícil fechar a lacuna. Diplomatas brasileiros esperam que isso seja possível com um compromisso mais ambicioso da China, o maior poluidor do mundo, bem como de outras economias emergentes e da Europa.

Diplomatas brasileiros estão trabalhando em estreita colaboração com autoridades da ONU para incentivar os países a apresentarem novas metas de emissões, as NDCs, até setembro. A maioria dos países não cumpriu o prazo de fevereiro.

"Em princípio, Belém entrará para a história como a COP com NDCs abaixo de 1,5 ou 2 graus", disse uma das fontes, que pediu anonimato para discutir dinâmicas diplomáticas sensíveis.

Dada a importância da China para as negociações sobre o clima global, o Brasil está dando mais ênfase ao tema como presidente este ano do Brics, que inclui a China e outras grandes economias em desenvolvimento.

Lula deve se encontrar pessoalmente com o presidente da China, Xi Jinping, pelo menos duas vezes antes do prazo final de setembro para novas promessas, inclusive em uma reunião de junho dos líderes do Brics no Brasil.

A China não deu indicações de que planeja aumentar sua meta, e sua economia tem mostrado sinais de enfraquecimento devido a uma guerra comercial punitiva com os EUA.

"As preocupações econômicas que estão limitando a NDC da China ainda existem, se não estiverem exacerbadas pelas tarifas de Trump", disse Yao Zhe, consultora de políticas globais do Greenpeace em Pequim.

O Ministério das Relações Exteriores da China não comentou especificamente sobre os planos do país para sua meta de emissões.

"A governança climática está atualmente enfrentando ventos contrários. Somente com o fortalecimento do multilateralismo e da cooperação internacional é que poderemos tratar efetivamente das questões globais", afirmou porta-voz do ministério em um comunicado.

(Reportagem de Manuela Andreoni em São Paulo e Lisandra Paraguassu em Brasília; Reportagem adicional de Colleen Howe em Pequim e David Stanway em Cingapura)

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS TR ES

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