O advogado Tom Goodhead, representante de municípios e vítimas no processo judicial britânico contra a BHP, destacou nesta quinta-feira que a atitude de prolongar o caso por parte da mineradora anglo-australiana representa um risco financeiro para a Vale, sócia na joint venture Samarco. A primeira decisão do caso é esperada para julho, após o encerramento da fase de alegações em Londres.
Goodhead revelou que o montante reivindicado pelas vítimas, estimado em R$ 260 bilhões, é baseado em análises de consultorias e da FGV, alertando que a estratégia da BHP de prolongar o caso até 2028 ou além coloca seus acionistas em risco.
A Vale, embora não seja ré no processo, possui um acordo com a BHP para dividir os custos de uma eventual condenação. O advogado expressou que uma decisão desfavorável sem antecipação de pagamentos pode colocar a Vale em uma situação financeira precária devido aos acréscimos de juros e correções.
Por outro lado, Goodhead elogiou a postura da Vale, mencionando que os executivos Gustavo Pimenta e Alexandre D’Ambrosio são pragmáticos e buscam soluções adequadas para a situação, ao contrário da BHP, que possui interesses divergentes no Brasil. Ele questionou se as duas empresas estão realmente alinhadas nessa questão.
O advogado também planeja, em caso de condenação, solicitar a antecipação dos pagamentos, começando por um mínimo de R$ 1,2 bilhão, o que pode se expandir para até 75% da indenização final.