10 Mar (Reuters) - A plataforma X ficou fora do ar de forma intermitente nesta segunda-feira, e o dono da rede social, Elon Musk, atribuiu a culpa a um ataque digital poderoso incomum.
"Somos atacados todos os dias, mas este foi feito com muitos recursos. Um grupo grande e coordenado e/ou um país está envolvido", disse Musk em uma publicação no X mais cedo nesta segunda-feira.
Musk não esclareceu o que quis dizer com "muitos recursos" e seus comentários suscitaram o ceticismo de especialistas em segurança digital, que apontaram que ataques dessa natureza têm sido repetidamente executados por pequenos grupos ou indivíduos.
A plataforma X enfrentou interrupções intermitentes, de acordo com o Downdetector, restringindo o acesso de 39.021 usuários nos Estados Unidos à plataforma em seu pico às 11h (horário de Brasília). Às 18h, havia relatos de interrupções para cerca de 1.500 usuários.
Uma fonte do setor de infraestrutura da internet disse que o X foi atingido por várias ondas de ataque de negação de serviço (DoS) que começaram por volta das 6h45.
O ataque DoS (denial of service) funciona sobrecarregando websites com tráfego malicioso. Esses ataques não são necessariamente sofisticados, mas podem causar interrupções significativas.
Musk disse posteriormente em uma entrevista com Larry Kudlow, da Fox Business Network, que o ataque digital veio de endereços IP oriundos da região da Ucrânia.
Uma fonte do setor contestou a versão de Musk, afirmando que grandes volumes do tráfego malicioso que atingiu o X poderiam ser rastreados até IPs nos Estados Unidos, Vietnã, Brasil e outros países, e que a quantidade de tráfego malicioso vindo diretamente da Ucrânia era "insignificante".
De qualquer forma, ataques DoS são notoriamente difíceis de rastrear seus autores, e os endereços IP envolvidos raramente dão qualquer informação relevante sobre a pessoa por trás deles.
Musk se juntou ao presidente dos EUA, Donald Trump, a quem ele é conselheiro, na crítica aos esforços contínuos da Ucrânia para resistir à invasão russa. No domingo, Musk disse que a linha de frente da Ucrânia "entraria em colapso" sem seu serviço de comunicações via satélite Starlink, embora tenha dito que não cortaria o acesso da Ucrânia à rede.
(Reportagem de Rishi Kant, em Bengaluru, Juby Babu na Cidade do México e Raphael Satter em Washington)
((Tradução Redação Rio de Janeiro))
REUTERS PF PVB