Investing.com – A forte alta das ações da Tesla (BVMF:TSLA34) (NASDAQ:TSLA) desde as eleições presidenciais nos EUA ressalta seu papel como o “rei da narrativa” no mercado, segundo analistas do Barclays (LON:BARC).
Desde a vitória de Donald Trump, as ações da fabricante de veículos elétricos subiram cerca de 90%, adicionando notáveis US$730 bilhões à sua capitalização de mercado. Apenas gigantes como Nvidia (BVMF:NVDC34) (NASDAQ:NVDA) e Apple (BVMF:AAPL34) (NASDAQ:AAPL) alcançaram feitos semelhantes.
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Os analistas do Barclays destacam que o desempenho é notável, considerando o aparente afastamento dos fundamentos. O múltiplo P/L (Preço/Lucro) da Tesla saltou de 80x antes da eleição para 145x, baseado nas projeções de lucro por ação (LPA) para 2025.
“Essa desconexão dos fundamentos em muitos aspectos reflete o rali que vimos em 2020-21,” afirmaram analistas liderados por Dan Levy.
Esse movimento é atribuído à “amplificação da narrativa da Tesla,” centrada em temas como veículos autônomos (VA) e inteligência artificial (IA).
Os analistas também apontam o impacto do “complexo financeiro da Tesla,” com a atividade em opções amplificando os movimentos das ações.
Os volumes nominais de negociação de opções da Tesla atingiram níveis inéditos desde o final de 2021, com média diária de US$100 bilhões após as eleições e picos de até US$245 bilhões. Altas proporções de call em relação a put, acima da média de 2024, indicam forte apetite dos investidores por ganhos potenciais.
A Tesla também é comparada ao Bitcoin, refletindo fatores emocionais como crença em seu potencial disruptivo, escassez como a única empresa pública liderada por Elon Musk e entusiasmo especulativo.
O interesse de investidores comuns permanece forte: 30% das ações em circulação da Tesla estão nas mãos de investidores individuais, conforme o Barclays.
Além disso, o rali recente tem sido favorecido por um movimento de “recuperação.” Embora a Tesla tenha ficado atrás de outras ações relacionadas à IA, como NVIDIA e Palantir (NASDAQ:PLTR), no início de 2024, seu tamanho, liquidez e volatilidade atraíram investidores interessados na alta das megacaps de tecnologia.
Mesmo com a valorização recente, a Tesla ainda não alcançou os ganhos acumulados no ano por alguns de seus pares.
O Barclays também menciona o “prêmio Elon” no valuation da Tesla, com base no papel de Musk na campanha de Trump em 2024, o que aumentou o interesse global na empresa.
“Tesla frequentemente serve como proxy [alternativa] para investir em Musk, o que aumenta os riscos associados à dependência do CEO,” apontaram os analistas.
Em meio a esse cenário, a Baird ajustou seu preço-alvo para Tesla de US$280 para US$480, citando forte potencial de crescimento, graças a cortes de custos, novos modelos e regulações favoráveis.
“A ação ganhou grande impulso e apresenta vários catalisadores potenciais no horizonte. Gostamos da empresa para o longo prazo e recomendamos compras em eventuais correções,” destacou a análise.
Entre os catalisadores estão a possível aceleração regulatória do Cybercab, o lançamento de veículos acessíveis e as conexões de Musk com o presidente eleito Trump.
A Baird espera que as medidas de corte de custos e maior utilização das fábricas continuem estimulando o crescimento, enquanto a venda de créditos regulatórios deve permanecer uma fonte de receita sustentável, já que concorrentes enfrentam desafios de produção.
Apesar das perspectivas positivas, há riscos. A retirada de créditos tributários para VEs nos EUA e as incertezas geopolíticas relacionadas às operações em Xangai preocupam, assim como a capacidade de Elon Musk de equilibrar suas múltiplas responsabilidades.
O aumento de US$200 no preço-alvo reflete uma avaliação premium de 57 vezes o EBITDA projetado para 2028, descontado para 2025, levando em conta o potencial de crescimento da Tesla e os ventos favoráveis da indústria.
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