LONDRES, 15 Abr (Reuters) - O influenciador Andrew Tate, autodenominado misógino, enfrentará um julgamento em 2027 em processos civis de quatro mulheres por suposto abuso físico e sexual, em um caso que seus advogados dizem ser o primeiro do tipo na Reino Unido sobre alegações de controle coercitivo.
As quatro reclamantes, cujas identidades foram preservadas, alegam que Tate as submeteu a violência física ou sexual entre 2013 e 2015. Duas delas afirmam que estavam em um relacionamento íntimo com Tate, enquanto duas trabalhavam para sua empresa de webcam online.
Os advogados das mulheres afirmam nos autos que uma delas foi ameaçada com uma arma enquanto Tate dizia "você vai fazer o que eu mandar ou vai pagar caro", enquanto outra alega que Tate a estrangulou até que ela ficasse inconsciente durante o sexo.
Tate, 38 anos, nega as alegações, e seus advogados afirmam em sua defesa por escrito que as alegações são falsas e que toda a atividade sexual foi consensual.
O processo teve sua primeira audiência preliminar no Tribunal Superior na terça-feira, antes de um julgamento que provavelmente começará no início de 2027.
A advogada de Tate, Vanessa Marshall, disse que ele -- que não compareceu à breve audiência de terça-feira e não era obrigado a fazê-lo -- pretende apresentar provas em sua defesa no julgamento.
A advogada das requerentes, Anne Studd, disse que "esta será a primeira ocasião em que (o controle coercitivo) será levado à Suprema Corte em um contexto civil", para decidir se isso equivale a um dano intencional de acordo com a lei inglesa.
Studd descreveu o controle coercitivo nos autos do processo judicial como "uma forma de aliciamento e manipulação em que a vítima se torna cada vez menos capaz de responder no que pode ser percebido como uma forma normal".
Tate e seu irmão Tristan estão sendo investigados em um processo criminal na Romênia por alegações de formação de grupo criminoso organizado, tráfico de adultos e menores, relações sexuais com um menor e lavagem de dinheiro, o que eles negam.
A dupla viajou para os Estados Unidos em fevereiro, depois que os promotores romenos suspenderam a proibição de viagem, e voou para a Romênia no mês passado para cumprir obrigações legais.
(Reportagem de Sam Tobin)
((Tradução Redação São Paulo))
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