Por Richard Cowan e Bo Erickson
WASHINGTON, 9 Abr (Reuters) - A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos adiou na quarta-feira a votação sobre uma medida que avançaria a agenda de corte de impostos do presidente Donald Trump, uma vez que alguns membros do Partido Republicano, que controla a Casa, reclamaram que o projeto não contém cortes de gastos suficientes.
O presidente da Câmara, Mike Johnson, disse que espera que a Casa tente novamente aprovar a legislação nesta quinta-feira, mas deixou em aberto a possibilidade de um adiamento até a próxima semana, em comentários aos repórteres.
Ao minimizar a dissensão em sua base, Johnson disse aos repórteres: "Tudo está indo muito bem. Temos um pouco de espaço aqui para trabalhar, e vamos usá-lo". Ele fez a observação após uma reunião privada de uma hora com republicanos conservadores.
O deputado republicano Lloyd Smucker, um dos que ainda se opõem ao projeto, disse aos repórteres que as discussões estão em andamento sobre a possibilidade de uma emenda ao plano aprovado pelo Senado, que teria como objetivo forçar cortes de gastos mais próximos da faixa de US$2 trilhões.
A aprovação de qualquer alteração na versão atual do projeto de lei o enviaria de volta ao Senado para um processo potencialmente demorado na busca pela aprovação final.
O presidente do Comitê de Orçamento da Câmara, o republicano Jodey Arrington, pediu a aprovação da medida dizendo:
"Precisamos apresentar um projeto de resolução orçamentária que não inclua apenas cortes de impostos, desregulação ou boas políticas de energia. Tudo isso é bom. Mas também a parte reconhecidamente difícil, mas a mais necessária, que é controlar os gastos descontrolados."
O cancelamento da votação na quarta-feira ocorreu após um dia inteiro de disputas nos bastidores com parlamentares conservadores, irritados com a resolução orçamentária aprovada pelo Senado, que, segundo eles, é extremamente deficiente em cortes de gastos.
Os conservadores estão exigindo US$2 trilhões em cortes de gastos do governo federal ao longo de uma década - um valor que os senadores rejeitaram.
A luta intrapartidária na Câmara sobre a medida abrangente para encolher o governo federal e estender cortes de impostos que acrescentariam trilhões de dólares à dívida do país ocorre em meio ao caos nos mercados desencadeado pela imposição de tarifas por Trump sobre produtos importados.
As perspectivas de um encolhimento da economia dos EUA em decorrência de uma guerra comercial global, como alguns economistas têm projetado, repercutiram nos debates orçamentários do Congresso devido à possibilidade de queda da receita em uma recessão.
Os republicanos ainda estavam sob intensa pressão de Trump para se alinharem.
"É IMPERATIVO que os republicanos da Câmara aprovem a Lei de Corte de Impostos, AGORA! Nosso país vai crescer!!!", postou ele no Truth Social.
((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))
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