DUBAI, 10 Abr (Reuters) - O Irã pode suspender a cooperação com o órgão de vigilância nuclear da ONU se as ameaças externas continuarem, disse um conselheiro do líder supremo do Irã na quinta-feira, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, alertou novamente sobre força militar se Teerã não fechar um acordo nuclear.
Diplomatas iranianos e norte-americanos visitarão Omã no sábado para iniciar diálogo sobre o programa nuclear de Teerã, com Trump dizendo que ele teria a palavra final sobre se as negociações estão chegando a um colapso, o que colocaria o Irã em "grande perigo".
"Ameaças externas contínuas e a colocação do Irã sob as condições de um ataque militar podem levar a medidas dissuasivas como a expulsão dos inspetores da AIEA e a cessação da cooperação com ela", escreveu Ali Shamkhani, conselheiro do aiatolá Ali Khamenei, no X, referindo-se à Agência Internacional de Energia Atômica.
"A transferência de material enriquecido para locais seguros e não revelados no Irã também pode estar na agenda", disse ele.
Enquanto os EUA insistem que as conversas com Teerã serão diretas, o Irã enfatizou que as negociações serão indiretas com a intermediação do ministro das Relações Exteriores de Omã.
Durante seu primeiro mandato, de 2017 a 2021, Trump retirou os EUA de um acordo de 2015 entre o Irã e as potências mundiais, criado para restringir o trabalho nuclear sensível do Irã em troca de alívio das sanções. Trump também reimpôs sanções abrangentes dos EUA.
Desde então, o Irã ultrapassou em muito os limites do acordo sobre enriquecimento de urânio, de acordo com a AIEA.
As potências ocidentais acusam o Irã de ter uma agenda clandestina para desenvolver a capacidade de armas nucleares por meio do enriquecimento de urânio a um alto nível de pureza físsil, acima do que eles dizem ser justificável para um programa civil de energia atômica.
Teerã afirma que seu programa nuclear é totalmente voltado para fins de energia civil.
(Reportagem da Redação de Dubai)
((Tradução Redação São Paulo))
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