Por Michael S. Derby
9 Abr (Reuters) - A decisão do Federal Reserve de desacelerar drasticamente o ritmo de redução de seu balanço patrimonial no mês passado foi apoiada por quase todos os participantes da reunião de dois dias, mas vários não viram um argumento convincente para tal ação, de acordo com a ata da reunião divulgada nesta quarta-feira.
A decisão foi tomada após um briefing do gerente de contas abertas do sistema do Fed de Nova York, que apresentou os argumentos a favor da desaceleração do ritmo de redução enquanto houver incerteza sobre quando o Congresso dos Estados Unidos elevará o teto da dívida federal.
"O gerente destacou que pausar ou desacelerar suficientemente a redução proporcionaria um seguro significativo" contra a possibilidade de as reservas caírem rapidamente após a resolução do teto da dívida.
Na reunião de política monetária de 18 e 19 de março, o banco central dos EUA disse que reduziria de US$25 bilhões para US$5 bilhões o limite do volume de títulos do Tesouro dos EUA no balanço que poderá vencer sem ser substituído, ao mesmo tempo em que preservaria o limite de US$35 bilhões para os títulos lastreados em hipotecas que já está tendo dificuldades para cumprir.
A desaceleração da redução do balanço era amplamente esperada. A quase pausa no ritmo da redução permite que o Fed navegue um período de incerteza no mercado monetário devido a problemas de gerenciamento de caixa do governo em um período de financiamento legalmente limitado.
O diretor do Fed Christopher Waller, que sempre se mostrou cético em relação ao uso dos títulos detidos pelo Fed como uma ferramenta de política monetária, se opôs à desaceleração do ritmo.
O objetivo do Fed com a redução do balanço tem sido retirar liquidez suficiente do sistema financeiro para permitir a volatilidade normal da taxa de juros de curto prazo e manter um controle firme sobre a taxa básica, a principal alavanca do banco central para influenciar a economia. Autoridades estão buscando nos mercados sinais sobre a quantidade de liquidez que podem retirar com segurança, mas como o Tesouro dos EUA está lidando com o teto da dívida, esses sinais estão mais incertos.
Sem a questão do teto da dívida, a redução do balanço do Fed provavelmente estaria a todo vapor. No mês passado, após a reunião, o chair do Fed, Jerome Powell, disse que as indicações do mercado são de que "a quantidade de reservas continua abundante".
((Tradução Redação Brasília))
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