PEQUIM, 9 Abr (Reuters) - A China precisa implementar políticas macroeconômicas mais proativas e colocá-las em vigor em tempo hábil, já que "choques externos" pressionaram a estabilização econômica do país, disse o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, nesta quarta-feira, segundo a mídia estatal.
Durante um simpósio com economistas e empresários, Li enfatizou que o trabalho econômico do país no segundo trimestre é especialmente importante e que todo o trabalho deve ser intensificado e mais vigoroso.
"(Devemos) responder às incertezas do ambiente externo com políticas fortes e eficazes", disse Li, de acordo com um relato da agência de notícias Xinhua.
O relato não mencionou as tarifas ou os Estados Unidos.
A China reagiu nesta quarta-feira à imposição pelo presidente dos EUA, Donald Trump, de tarifas comerciais de mais de 100% ao país, ao elevar suas próprias taxas sobre os produtos norte-americanos em mais 50%, aprofundando a guerra comercial entre as duas superpotências econômicas.
A Reuters informou que os principais líderes da China planejam convocar uma reunião já nesta quarta-feira para discutir medidas para impulsionar a economia e estabilizar os mercados de capitais, citando pessoas com conhecimento do assunto.
Saudando a tendência de alta das operações econômicas no primeiro trimestre, Li disse que "devemos estar cientes de que os choques externos exerceram algumas pressões sobre o bom funcionamento da economia".
"Avaliamos isso completamente e estamos preparados para lidar com várias incertezas", acrescentou.
Li pediu mais esforços para estabilizar os empregos, aumentar a renda e liberar mais potencial no consumo de serviços, disse o relato da Xinhua.
"Se conseguirmos lidar bem com nossos próprios assuntos, poderemos transformar crises em oportunidades", acrescentou.
A China também deve estimular a vitalidade dos negócios e resolver ainda mais as dificuldades de financiamento das empresas, disse Li, pedindo um ambiente melhor para o desenvolvimento dos negócios.
Analistas disseram que Pequim está se sentindo encurralada pela intensificação do ataque tarifário de Trump à China e a qualquer país que compre ou monte produtos chineses.
Citando o aumento dos riscos externos, o Citi cortou na quarta-feira a previsão de crescimento do PIB da China em 2025 para 4,2%, ante 4,7% anteriormente, bem abaixo da meta de crescimento do governo de "cerca de 5%".
(Reportagem de Ellen Zhang, Ethan Wang e Ryan Woo)
((Tradução Redação São Paulo))
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