BAIKONUR, Cazaquistão, 8 Abr (Reuters) - Uma espaçonave russa levou com segurança o astronauta norte-americano Jonathan Kim e dois cosmonautas russos à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) nesta terça-feira, em um voo saudado por Moscou como um exemplo de cooperação espacial frutífera entre a Rússia e os Estados Unidos.
O foguete russo Soyuz 2.1a decolou do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, levando Kim e os russos Sergei Ryzhikov e Alexei Zubritsky, atracando três horas depois na ISS, informou a corporação espacial estatal russa, Roscosmos.
Assim que as escotilhas foram abertas, Kim e os russos foram mostrados sorrindo e abraçando seus companheiros na estação, que agora tem 10 pessoas a bordo, incluindo quatro astronautas da Nasa, cinco russos e o astronauta japonês Takuya Onishi.
"Ao longo de sua estada de oito meses a bordo do posto orbital avançado, Kim conduzirá pesquisas científicas em desenvolvimento de tecnologia, ciências da Terra, biologia, pesquisa humana e muito mais", disse a Nasa em um comunicado.
Na terça-feira, o assessor de investimentos do presidente russo, Vladimir Putin, saudou a cooperação espacial entre os EUA e a Rússia depois que o foguete russo decolou para a ISS.
Kirill Dmitriev, que está tentando estimular um reinício dos laços entre os EUA e a Rússia e manteve conversas em Washington na semana passada, disse que o lançamento de terça-feira foi o exemplo mais recente de um relacionamento duradouro que remonta sua história a 1975.
Foi nessa época que a primeira missão espacial internacional tripulada realizada em conjunto pelos Estados Unidos e pela União Soviética viu uma Apollo e uma Soyuz se acoplarem no espaço.
Essa missão, que apresentou o primeiro aperto de mão internacional no espaço, foi um símbolo da distensão da Guerra Fria.
"A cooperação entre a Rússia e os EUA na indústria espacial continua até hoje", disse Dmitriev na terça-feira, postando um vídeo em seu canal oficial do Telegram da decolagem do foguete Soyuz.
Apesar das sanções norte-americanas impostas a Moscou por causa de sua guerra na Ucrânia, o espaço é uma área em que a cooperação continua.
Dmitriev, que falou sobre a possibilidade de investimentos conjuntos entre Rússia e EUA no Ártico e no desenvolvimento de terras raras russas, disse que Moscou poderia fornecer uma pequena usina nuclear para uma missão a Marte planejada pelo empresário bilionário e presidente-executivo da SpaceX, Elon Musk.
No entanto, com a ISS chegando ao fim de sua vida útil, a Rússia planeja seguir sozinha com sua própria estação espacial, para a qual planeja lançar os dois primeiros módulos em 2027. O país também está expandindo sua cooperação com a China na exploração espacial.
(Reportagem de Guy Faulconbridge e Andrew Osborn em Moscou e Maxim Shemetov em Baikonur, Cazaquistão)
((Tradução Redação São Paulo))
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