Por Alexandra Alper e Nathan Layne
WASHINGTON, 7 Abr (Reuters) - Diversos órgãos federais dos Estados Unidos divulgaram novas propostas de demissão voluntária para reduzir a força de trabalho federal, renovando o programa que precedeu a primeira onda de demissões em massa liderada pelo Departamento de Eficiência Governamental, o Doge, de Elon Musk.
O Departamento do Tesouro, o Departamento de Defesa e o Gabinete de Gestão de Pessoal, a agência federal de recursos humanos, estão entre os órgãos que apresentaram uma nova versão do "programa de demissão voluntária" nos últimos dias. A oferta dá aos funcionários a chance de entrarem em licença remunerada até setembro, antes de deixarem formalmente suas funções.
Cerca de 75 mil servidores públicos federais norte-americanos aceitaram a primeira proposta de demissão, mas alguns economistas questionaram quantos a aceitariam desta vez, depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, abalou os mercados mundiais e aumentou temores de uma recessão nos EUA com seu anúncio de novas tarifas na semana passada.
Para Peter Morici, economista da Universidade de Maryland, com a expectativa de que as incertezas do mercado induzidas pelas tarifas esfriem as contratações no setor privado, os funcionários federais estariam menos dispostos a aceitar as ofertas.
"Será mais difícil fazer a transição para o setor privado se estivermos no auge de uma recessão", disse Morici em entrevista.
Opiniões semelhantes foram expressas por participantes de um grupo do Reddit que se tornou uma comunidade de apoio entre os funcionários federais desde que a onda de demissões liderada por Musk começou. Eles alertaram os trabalhadores de que estariam entrando em um mercado de trabalho potencialmente muito mais hostil, à medida que as empresas lidam com as consequências do anúncio tarifário de Trump.
O Doge, a Casa Branca, o Tesouro, a Defesa e o Gabinete de Gestão de Pessoal dos EUA não responderam de imediato a pedidos de comentários.
(Reportagem de Alexandra Alper em Washington, Nathan Layne em Wilton, Connecticut e Simon Jessup em Londres)
((Tradução Redação São Paulo))
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