Chinesa Huawei retoma pico de receita após anos de sobrevivência

Por David Kirton

SHENZHEN, China, 28 Mar (Reuters) - A chinesa Huawei deve reivindicar vitória sobre as sanções dos Estados Unidos em seus próximos resultados anuais, impulsionada pelo avanço em software, progresso em chips e o crescimento de seu negócio de tecnologia de direção inteligente, o que a ajudou a sair do "modo de sobrevivência".

A empresa irá confirmar que obteve 860 bilhões de iuanes (US$118 bilhões) em receitas no ano passado, um pouco abaixo de seu pico de 891 bilhões de iuanes em 2020, antes que os estoques de chips diminuíssem e as restrições norte-americanas cortassem pela metade suas receitas de negócios de consumo. O presidente do conselho da Huawei divulgou a receita de 2024 em fevereiro.

A empresa também divulgará o lucro anual. Em outubro, a empresa apurou queda de 13,7% no lucro líquido de nove meses.

Os executivos da Huawei já disseram anteriormente que as medidas de Washington empurraram a empresa para o "modo de sobrevivência", forçando-a a explorar novas linhas de negócios, que em grande parte envolveram a criação de produtos que podem servir como alternativas à tecnologia ocidental e parcerias com autoridades locais chinesas e empresas apoiadas pelo governo.

A empresa tem adotado nos últimos meses um tom mais confiante, com o fundador, Ren Zhengfei, afirmando em maio ao presidente chinês, Xi Jinping, que as preocupações que a China tinha com a falta de chips e sistemas operacionais domésticos haviam diminuído.

A Huawei não tem divulgado em detalhes seus motores de receita, mas afirma que seu negócio de consumo voltou a crescer, enquanto sua incursão no setor automotivo se desenvolveu rapidamente.

A empresa provavelmente vendeu mais de 45 milhões de telefones em 2024, alta de 25% ou mais ante o ano anterior, embora as taxas de rendimento dos chips continuem sendo uma restrição, de acordo com a consultoria Isaiah Research.

Procurada, a Huawei se recusou a comentar.

(Reportagem de David Kirton em Shenzhen e Li Qiaoyi em Pequim)

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS PVB