COPENHAGA, 26 Mar (Reuters) - A Dinamarca congratulou-se, esta quarta-feira, com a decisão dos Estados Unidos de limitar uma visita prevista à Gronelândia a uma base militar, após planos iniciais terem desencadeado uma polémica entre Copenhaga e a Casa Branca, por entre o interesse do Presidente Donald Trump em tomar posse da ilha.
O primeiro-ministro dinamarquês disse, na terça-feira, que uma visita programada de Usha Vance, a esposa do vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, a uma popular corrida de trenós puxados por cães na Gronelândia esta semana fazia parte de uma "pressão inaceitável" sobre o território dinamarquês semi-autónomo.
A Casa Branca anunciou, na terça-feira, que a delegação seria chefiada pelo próprio JD Vance, mas que apenas visitaria a base espacial norte-americana de Pituffik, no norte da Gronelândia, e não a corrida de trenós puxados por cães, um grande evento desportivo anual.
"Penso que é muito positivo que os norte-americanos tenham cancelado a sua visita à sociedade gronelandesa. Em vez disso, vão visitar a sua própria base, Pituffik, e não temos nada contra isso", disse o ministro dinamarquês dos Negócios Estrangeiros, Lars Lokke Rasmussen, à emissora DR.
As sondagens revelaram que quase todos os gronelandeses se opõem à adesão aos Estados Unidos e manifestantes anti-americanos, alguns com bonés "Make America Go Away" e cartazes "Yankees go home", organizaram recentemente algumas das maiores manifestações jamais vistas na Gronelândia.
Tinham sido planeados protestos semelhantes em relação à visita de Vance.
A Gronelândia é estrategicamente importante para o exército dos Estados Unidos e para o seu sistema de alerta precoce de mísseis balísticos, já que a rota mais curta entre a Europa e a América do Norte passa pela ilha.
Um acordo de 1951 entre os Estados Unidos e a Dinamarca estabeleceu o direito de os Estados Unidos circularem livremente e construírem bases militares na Gronelândia, desde que a Dinamarca e a Gronelândia sejam notificadas.
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