O impacto das políticas do presidente Donald Trump na economia global e brasileira ainda é "pouco claro", afirmou Guilherme Mello, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Dois meses após a posse de Trump, o Ministério da Fazenda ainda analisa os possíveis efeitos dessas políticas, especialmente nas negociações dos EUA com países como China, Europa, México e Canadá. A cautela é essencial, destacou Mello.
Apesar das incertezas, o Brasil está bem posicionado para enfrentar possíveis impactos, graças às suas trocas comerciais robustas com a China, seu principal parceiro econômico. Além disso, o avanço do acordo de livre comércio Mercosul-União Europeia, concluído no ano passado, representa uma proteção contra eventuais políticas tarifárias mais agressivas dos EUA, destacou o secretário.
Mello argumentou que o Brasil, devido ao seu déficit comercial com os EUA, não deve ser o principal alvo das tarifas norte-americanas. No entanto, o país já foi afetado por tarifas sobre aço e alumínio, e o etanol brasileiro está sob ameaça. Apesar do temor crescente de uma recessão nos EUA, após declarações de Trump sobre a "transição" econômica, Mello descartou esse cenário no momento, embora reconheça que é necessário monitorar a situação continuamente. Ele prevê um momento de adaptação, com possíveis pressões inflacionárias e redução do crescimento, mas sem recessão iminente.