Por Jonathan Stempel
NOVA IORQUE, 24 Mar (Reuters) - Organizadores e apoiadores de manifestações pró-palestinas na Universidade de Columbia foram processados nesta segunda-feira, em um tribunal federal de Manhattan, por supostamente atuarem como "braço de propaganda" e "empresa interna de relações públicas" do Hamas na cidade de Nova York e no campus.
A ação foi movida por nove cidadãos norte-americanos e israelenses, vítimas do ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 a Israel, incluindo parentes de pessoas assassinadas ou feitas reféns, e dois filiados à universidade que relataram maus-tratos no local.
Eles acusaram os réus de, desde 2023, coordenarem seus esforços com o Hamas -- grupo que o Departamento de Estado dos EUA considera terrorista -- para promover seus ataques. Disseram ainda que alguns réus "com base em informações e convicções" tinham conhecimento prévio do ataque.
Os réus incluem Mahmoud Khalil, que ajudou a liderar as manifestações em Columbia e foi negociador entre os administradores da universidade e a coalizão do grupo estudantil.
Outros réus incluem os grupos Within Our Lifetime-United for Palestine, Columbia Students for Justice in Palestine, Columbia-Barnard Jewish Voice for Peace e alguns de seus líderes.
"Seria ilegal para o Hamas manter diretamente uma empresa de relações públicas nos Estados Unidos ou contratar agentes para impor sua vontade nas cidades americanas", disse a queixa. "No entanto, esses são precisamente os serviços que os (grupos réus) conscientemente fornecem ao Hamas."
Os réus ou advogados que os representaram em litígios relacionados à Universidade de Columbia não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
Os advogados de Khalil disseram que ele não tem ligações com o Hamas. A administração Trump está tentando deportar Khalil, um residente permanente legal, atualmente detido na Louisiana.
Mark Goldfeder, advogado do National Jewish Advocacy Center que representa os demandantes, disse em um e-mail que as atividades de coordenação dos réus com o Hamas eram conhecidas porque isso foi dito repetidamente.
"Não há nada de errado em ser pró-palestino, e o discurso pró-Hamas ainda é discurso protegido na maioria dos contextos", disse ele. "A questão aqui é o apoio material e a coordenação com uma organização terrorista estrangeira designada."
A ação civil acusa os réus de violar a lei antiterrorismo dos EUA e a lei das nações, além de buscar indenizações compensatórias, punitivas e triplas não especificadas.
O pedido foi protocolado três dias após a Universidade de Columbia concordar em mudar suas políticas em relação a manifestantes e segurança, além de iniciar uma revisão dos programas acadêmicos do Oriente Médio em vários departamentos.
As mudanças são parte de um esforço para restaurar US$400 milhões em financiamento federal que o presidente dos EUA, Donald Trump, retirou da instituição, devido a alegações de que ela tolerava o antissemitismo.
(Reportagem de Jonathan Stempel em Nova York)
((Tradução Redação São Paulo))
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