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Hamas entrega novo corpo após identificação incorreta de Shiri Bibas

Reuters21 de fev de 2025 às 23:03

Texto atualizado com novas informações

Por James Mackenzie e Jana Choukeir

- O Hamas entregou nesta sexta-feira um corpo que diz ser da refém israelense Shiri Bibas, cuja identificação incorreta em uma outra entrega nesta semana ameaçou o frágil acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza.

Autoridades médicas israelenses afirmaram que equipes forenses estão se preparando para examinar o corpo, que o Hamas entregou para a Cruz Vermelha, para confirmar a sua identidade.

O grupo militante palestino concordou na quinta-feira em entregar os corpos de Shiri Bibas e seus dois filhos, Kfir e Ariel, junto com os restos de um quarto refém, com base em um acordo de cessar-fogo que paralisou os conflitos no enclave desde o mês passado.

Quatro corpos foram entregues, e as identidades das crianças da família Bibas e do outro refém, Oded Lifshitz, foram confirmadas.

Mas especialistas israelenses afirmaram que o quarto corpo era de uma mulher não-identificada e que não era de Shiri Bibas, que foi sequestrada com seus filhos e o marido, Yarden, durante o ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023.

Basem Naim, membro do braço político do Hamas, afirmou que “erros lamentáveis” podem ocorrer, especialmente após os bombardeios israelenses terem misturado os corpos de reféns israelenses com palestinos, milhares dos quais ainda estão enterrados sob os escombros.

“Confirmamos que não é dos nossos valores nem do nosso interesse manter quaisquer corpos e não cumprir os acordos e pactos que assinamos”, afirmou.

Na quinta-feira, a falha em entregar o corpo correto e o evento público organizado para a entrega dos quatro caixões causaram consternação em Israel, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ameaçou retaliar.

“Agiremos com determinação para trazer Shiri de volta para casa ao lado de todos os nossos reféns — vivos ou mortos — e assegurar que o Hamas pague todo o preço pela sua cruel e má violação do acordo”, disse ele em vídeo.

Em novembro de 2023, o Hamas afirmou que as crianças e sua mãe foram mortas em um ataque aéreo israelense. Ismail Al-Thawabta, diretor do escritório de mídia do governo da Faixa de Gaza, gerido pelo Hamas, disse que Netanyahu "tem total responsabilidade por matá-la e a seus filhos".

Militares israelenses dizem, em contrapartida, que avaliações de inteligência e análises forenses dos corpos das crianças Bibas indicam que elas foram deliberadamente mortas por seus sequestradores. O porta-voz chefe militar, Daniel Hagari, disse que os meninos foram mortos pelos militantes "com suas próprias mãos", mas não forneceu detalhes adicionais.

O Escritório de Diretos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), afirmou não ter informações próprias sobre as mortes e pediu uma investigação quanto às causas. “O retorno dos restos mortais é uma meta humanitária básica”, afirmou.

Seis reféns vivos devem ser soltos neste sábado, em troca de 602 prisioneiros palestinos, segundo o Hamas. Espera-se para os próximos dias o início das negociações para a segunda fase do cessar-fogo.

(Reportagem de James Mackenzie e Lara Afghani; reportagem adicional de Nidal al-Mughrabi e Olivia Le Poidevin)

((Tradução Redação São Paulo)) REUTERS AC

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