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Astrônomos detectam ventos ferozes de correntes de jato em exoplaneta

Reuters21 de jan de 2025 às 22:06

Por Will Dunham

- Na atmosfera superior da Terra, uma faixa de ar de rápido movimento chamada corrente de jato sopra com ventos de mais de 442 km/h, mas eles não são os mais fortes do nosso sistema solar. Ventos de alta altitude comparáveis em Netuno atingem cerca de 2.000 km/h. Esses, no entanto, são uma mera brisa em comparação aos ventos da corrente de jato de um planeta chamado WASP-127b.

Os astrônomos detectaram ventos de cerca de 33.000 km/h nesse grande planeta gasoso, localizado em nossa galáxia Via Láctea a aproximadamente 520 anos-luz da Terra, em uma órbita estreita em torno de uma estrela semelhante ao nosso Sol. Um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano, ou seja, 9,5 trilhões de quilômetros.

Os ventos supersônicos de corrente de jato que circundam o WASP-127b em seu equador são os mais rápidos de seu tipo em qualquer planeta conhecido.

"Há um vento de jato circunplanetário extremamente rápido no planeta. A velocidade dos ventos é surpreendentemente alta", disse a astrofísica Lisa Nortmann, da Universidade de Göttingen, na Alemanha, principal autora do estudo publicado nesta terça-feira na revista Astronomy & Astrophysics.

Mais de 5.800 planetas além do nosso sistema solar -- chamados exoplanetas -- já foram descobertos. O WASP-127b é um tipo chamado de "Júpiter quente", um gigante gasoso que orbita muito próximo de sua estrela hospedeira. O diâmetro do WASP-127b é cerca de 30% maior que o de Júpiter, o maior planeta do nosso sistema solar. Mas sua massa representa apenas cerca de 16% da de Júpiter, o que o torna um dos planetas menos densos -- mais inchados -- já observados.

"O WASP-127b é um planeta gigante gasoso, o que significa que ele não tem superfície rochosa ou sólida sob suas camadas atmosféricas. Em vez disso, abaixo da atmosfera observada há gás que se torna mais denso e pressurizado quanto mais fundo se vai no planeta", disse o astrofísico e coautor do estudo David Cont, da Universidade Ludwig Maximilian de Munique, na Alemanha.

Ele orbita sua estrela a cada quatro dias aproximadamente, a apenas 5% da distância entre a Terra e o Sol, deixando-o em chamas por causa da radiação estelar. Assim como a nossa Lua é para a Terra, um lado do WASP-127b está sempre voltado para sua estrela -- o lado diurno. O outro lado está sempre voltado para o lado oposto -- o lado noturno. Sua atmosfera tem cerca de 1.127 graus Celsius, com as regiões polares menos quentes que o restante.

Como Júpiter, o WASP-127b é composto principalmente de hidrogênio e hélio, mas sua atmosfera também tem traços de moléculas mais complexas, como monóxido de carbono e água, que foram identificados nessa pesquisa.

(Reportagem de Will Dunham)

((Tradução Redação Rio de Janeiro))

REUTERS PF

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