Por Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS, 21 Jan (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, "vê uma grande promessa na ONU se ela se concentrar em sua missão fundadora de paz e segurança internacionais", disse nesta terça-feira, ao Comitê de Relações Exteriores do Senado, a indicada para ser embaixadora na organização.
A deputada Elise Stefanik deve ser confirmada pelo Senado como embaixadora no órgão mundial com 193 membros, uma posição que faz parte do gabinete de Trump em seu segundo mandato, que começou na última segunda-feira.
"Se for confirmada, trabalharei para garantir que nossa missão na ONU atenda aos interesses do povo norte-americano e represente a política externa 'America First peace-through-strength' (EUA em primeiro lugar e paz por meio da força) do presidente Trump", disse.
Stefanik adotou uma abordagem norte-americana tradicional em relação ao papel da ONU, comprometendo-se a buscar reformas do órgão mundial e de suas agências, além de combater o que Washington descreve como preconceito anti-Israel e a crescente influência chinesa dentro da organização e globalmente.
"Essa é uma estratégia de longo prazo que eles têm na ONU, e precisamos ter uma forte liderança norte-americana trabalhando com nossos aliados para fazer frente a isso", disse, sobre a China.
O questionamento de Stefanik pelo comitê do Senado ocorreu depois de Trump ordenar uma pausa de 90 dias na assistência ao desenvolvimento no exterior, aguardando avaliações de eficiência e consistência com sua política externa. A medida gerou questionamentos, porque é o Congresso dos EUA que define o orçamento do governo federal.
A assistência externa dos EUA pode variar de militar e econômica a ajuda humanitária.
O senador democrata Chris Coons expressou sua preocupação com Stefanik, observando que o decreto não esclarece o escopo da assistência ao desenvolvimento. Ele perguntou se isso incluiria contribuições para o Programa Mundial de Alimentos da ONU, a agência infantil da ONU, Unicef, ou apoio a países como Ucrânia e Jordânia.
"Espero que, onde houver parcerias óbvias que de fato promovam os interesses nacionais norte-americanos, que elas avancem rapidamente", disse Coons.
PROGRAMAS "TORNAM EUA MAIS FORTES"?
Stefanik se referiu anteriormente ao decreto "com relação a toda a ajuda externa". Ela disse que está empenhada em garantir que todo o financiamento dos EUA para programas da ONU seja revisado.
"Precisamos analisar todos os nossos programas e fazer uma avaliação. Eles respondem às perguntas: isso torna os Estados Unidos mais fortes, mais seguros e mais prósperos? Essa deve ser a nossa estrela-guia, e EUA em primeiro lugar e paz por meio da força", disse.
O porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq, disse nesta terça-feira que não está claro o efeito que uma pausa na assistência dos EUA teria sobre as agências da ONU.
(Reportagem de Michelle Nichols; reportagem adicional de Patricia Zengerle)
((Tradução Redação São Paulo))
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