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Trump ordena saída dos EUA da Organização Mundial de Saúde

Reuters21 de jan de 2025 às 09:29

Por Patrick Wingrove e Jennifer Rigby

- Os Estados Unidos vão deixar a Organização Mundial de Saúde, disse o Presidente Donald Trump, na segunda-feira, afirmando que a agência global de saúde tinha lidado mal com a pandemia da COVID-19 e outras crises internacionais de saúde.

Trump disse que a OMS não conseguiu agir de forma independente da "influência política inadequada dos Estados membros da OMS" e exigiu "pagamentos injustamente onerosos" dos Estados Unidos que eram desproporcionais às somas fornecidas por outros países maiores, como a China.

"A [Organização] Mundial de Saúde enganou-nos, toda a gente engana os Estados Unidos. Isso não vai acontecer mais", disse Trump na assinatura de uma ordem executiva sobre a retirada, pouco depois da sua tomada de posse para um segundo mandato.

A OMS não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Quando questionado sobre a decisão e os comentários de Trump, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China disse, numa conferência de imprensa regular, esta terça-feira, que o papel da OMS na governação global da saúde só deve ser reforçado, não enfraquecido.

"A China continuará a apoiar a OMS no cumprimento das suas responsabilidades e a aprofundar a cooperação internacional no domínio da saúde pública", afirmou Guo Jiakun, porta-voz do Ministério.

Esta medida significa que os Estados Unidos abandonarão a agência de saúde das Nações Unidas dentro de 12 meses e deixarão de contribuir financeiramente para o seu trabalho. Os Estados Unidos são, de longe, o maior financiador da OMS, contribuindo com cerca de 18% do seu financiamento global. O orçamento bienal mais recente da OMS, para 2024-2025, foi de 6,8 mil milhões de dólares.

A saída dos EUA provavelmente colocará em risco programas em toda a organização, segundo vários especialistas dentro e fora da OMS, principalmente aqueles que combatem a tuberculose, a maior causa de morte por doenças infecciosas do mundo, bem como o HIV/AIDS e outras emergências de saúde.

Segundo a ordem de Trump, a administração cessará as negociações sobre o tratado de pandemia da OMS enquanto a retirada estiver em curso. O pessoal do governo dos Estados Unidos que trabalha com a OMS será chamado de volta e transferido, sendo que o governo procurará parceiros para assumir as actividades necessárias da OMS, segundo a ordem.

O governo irá rever, rescindir e substituir a Estratégia de Segurança Sanitária Global dos Estados Unidos para 2024 assim que possível, diz a ordem.

A retirada de Trump da OMS não é inesperada. Ele tomou medidas para deixar o órgão em 2020, durante o seu primeiro mandato como presidente, acusando a OMS de ajudar os esforços da China para "enganar o mundo" sobre as origens da COVID.

A OMS nega vigorosamente a alegação e diz que continua a pressionar Pequim a partilhar dados para determinar se a COVID surgiu do contacto humano com animais infectados ou devido à investigação de vírus semelhantes num laboratório nacional.

Trump também suspendeu as contribuições norte-americanas para a agência, o que lhe custou quase 200 milhões de dólares em 2020-2021 face aos orçamentos dos dois anos anteriores, enquanto lutava contra a pior emergência de saúde do mundo num século.

Segundo a lei dos Estados Unidos, deixar a OMS requer um período de aviso prévio de um ano e o pagamento de quaisquer taxas pendentes. Antes que a retirada norte-americana pudesse ser concluída da última vez, Joe Biden ganhou as presidenciais do país e pôs fim a essa intenção no seu primeiro dia de mandato, a 20 de Janeiro de 2021.

Texto integral em inglês: nL2N3OH04B

(Por Patrick Wingrove e Jennifer Rigby; Tradução para português por Tiago Brandão, Gdansk Newsroom)

((gdansk.newsroom@thomsonreuters.com ; +48 58 769 66 00))

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