Bradesco espera Selic de 15,25% na primeira metade de 2025

Investing.com – O Banco Bradesco (BVMF:BBDC4) passa a estimar uma taxa de juros básica (Selic) de 15,25% na primeira metade de 2025, com uma taxa de câmbio próxima de R$ 6,00 daqui para frente, conforme relatório de cenário econômico divulgado nesta quarta, 18 de dezembro.

“O corte de juros se iniciará na última reunião de 2025, levando a Selic a 11,25% em 2026. Ainda assim, os riscos são para juros ainda mais elevados do que esses, se o objetivo for a firme busca pelo centro da meta”, argumenta o banco no documento.

O banco revisou a projeção de expansão da economia medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 para 2,2%, após alta de 3,6% em 2024.

“Após forte desempenho da economia no primeiro semestre, antecipamos duas quedas de 0,3% na segunda metade de 2025”, completa o banco. Em 2026, o crescimento esperado é de 1%.

A estimativa para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 4,9% em 2024 e em 2025. O indicador deve atingir o centro da meta de 3% somente no ano de 2026, de acordo com o Bradesco.

“Não vemos espaço para uma melhora das expectativas de inflação enquanto os choques recentes não se dissiparem e enquanto não houver uma inequívoca desaceleração do PIB”, concluem os especialistas do banco.

Deterioração do cenário e risco fiscal

A percepção do Bradesco é de que o pacote fiscal anunciado pelo governo causou forte deterioração e enorme volatilidade nos preços de ativos – e o banco não enxerga melhora no curto prazo, a menos que sejam apresentadas iniciativas para reduzir os riscos fiscais. O banco projeta que caso continue o crescimento da dívida, esta poderia atingir 82,7% do PIB em 2025 e 88,6% do PIB em 2026.

“Iniciativas que melhorem essa percepção podem influenciar positivamente o cenário e os preços de ativos. Por outro lado, iniciativas que se contraponham à desaceleração esperada pelo efeito dos juros acentuarão o conflito entre a política fiscal e a monetária, a essa altura”, alerta o Bradesco, indicando que os próximos meses serão cruciais para calibrar as expectativas.