Investing.com – O cenário inflacionário brasileiro, que estava bastante incerto, passou a ser mais adverso, de acordo com ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que definiu pelo aumento da taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) em um ponto percentual, para 12,25%, na quarta-feira passada. A ata reforçou os próximos passos, que indicam alta da mesma magnitude nas duas próximas reuniões.
“Riscos à alta da inflação, tais como a resiliência da inflação de serviços, a desancoragem das expectativas e a depreciação cambial se materializaram”, destacou o documento, que apontou para uma assimetria altista no balanço de riscos inflacionários.
O Comitê elevou a taxa de juros real neutra em seus modelos de 4,75% para 5,00% ao ano. A taxa de juros neutra pode ser impactada pela diminuição no esforço para realização de reformas estruturais e disciplina fiscal, de acordo com a ata. Outros fatores que podem influenciar no indicador são o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública.
O documento ainda alertou para os efeitos da percepção dos investidores sobre o anúncio do pacote de corte de gastos nos preços dos ativos de risco, expectativas inflacionárias e dólar.
“Nota-se que tanto o prêmio de inflação extraído dos instrumentos financeiros quanto as expectativas de inflação se elevaram no período, tornando o cenário de inflação mais adverso e requerendo uma política monetária mais contracionista”, conclui o comitê.