Investing.com – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro deve elevar a taxa de juros básica (Selic) em 0,75 ponto percentual ao final da sua reunião de dois dias, que termina nesta quarta-feira, 11 de dezembro, de acordo com as expectativas consensuais de agentes do mercado. Assim, a Selic iria de 11,25% para 12%.
A perspectiva do Bank of America (NYSE:BAC) vai em linha com o consenso. “Nossa previsão é com base na relação entre o texto da ata da última reunião e o que aconteceu desde então. O Copom afirmou que uma nova deterioração nas expectativas poderia levar a um ciclo de aperto da política monetária mais prolongado, e é isso que aconteceu desde a reunião de novembro”, disseram em relatório os economistas Claudio Irigoyen e Pedro Diaz e os estrategistas David Hauner e Claudio Piron.
No entanto, com dólar acima de R$6, expectativas desancoradas e inflação corrente acima do limite estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que prevê meta de 3% e tolerância de 1,5 ponto percentual, tanto o Goldman Sachs (NYSE:GS) quanto o Deutsche Bank enxergam altas mais robustas.
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Drausio Giacomelli, estrategista-chefe para mercados emergentes do Deutsche Bank, espera que o Bacen eleve a Selic em 100 pontos-base, para 12,25%, conforme relatório divulgado ao mercado.
“A depreciação da moeda, as expectativas de inflação não ancoradas, a política fiscal evasiva, a dinâmica insustentável da dívida e o sobreaquecimento nos mercados de bens e de trabalho sustentam a nossa visão”, argumenta Giacomelli, que aponta para a necessidade de juros mais altos por mais tempo e vê o colegiado deixando em aberto as perspectivas para o ciclo de aperto.
“Esperamos mais 100 pontos-base em janeiro e, caso a moeda permaneça fraca e as expectativas de inflação elevadas, o Bacen poderá ter que manter o ritmo de alta de 100 pontos-base (embora consideremos mais provável uma desaceleração)”, completa.
O banco Goldman Sachs também aposta em um aumento de 100 pontos-base e diz que “uma forte resposta monetária antecipada é necessária”, em meio à alta do núcleo da inflação oficial e dos preços de serviços.
Um aumento menor “provavelmente seria percebido como uma escolha moderada e uma oportunidade perdida de avançar à frente da curva, o que poderia desequilibrar ainda mais o real e as expectativas de inflação”, afirma em relatório Alberto Ramos, diretor de pesquisa macroeconômica do Goldman Sachs para a América Latina.
Inflação mais próxima de 5%
Nesta terça, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,39% em novembro, acima do previsto pelo mercado, ainda que uma desaceleração frente a outubro, quando a alta foi de 0,56%. Com isto, o índice em doze meses foi elevado de 4,76% para 4,87%.
Economistas consultados pelo Banco Central no último Boletim Focus, divulgado antes da leitura da inflação oficial de novembro, esperavam que o IPCA fechasse o ano em 4,84% e a Selic em 12%.
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