- A pecuária é um fator chave para o crescimento do PIB agropecuário no quarto trimestre de 2024, apesar de um ritmo mais lento comparado ao início do ano.
- Prevê-se que o PIB do Agro, inicialmente projetado para crescer 1% no quarto trimestre, possa ser revisado para cima devido a um desempenho menos negativo no terceiro trimestre.
- Queimadas na cana-de-açúcar e pressões sobre o milho impactaram negativamente, mas o algodão ofereceu um contrapeso positivo.
O desempenho da pecuária no quarto trimestre de 2024 será crucial para confirmar a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária durante o período, avalia Gabriela Faria, analista da Tendências Consultoria. Embora o crescimento seja mais lento em relação ao primeiro semestre, ainda é esperado que contribua para a expansão do PIB Agro. "O quarto trimestre é fortemente influenciado pela pecuária, já que as principais safras encerram-se antes. A pecuária bovina deve crescer em relação ao ano anterior, mas de forma mais lenta em comparação ao início de 2024", afirmou Faria.
Antes da divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2024, a consultoria previa um crescimento de 1% no PIB Agro de outubro a dezembro, enquanto para o ano, a estimativa era de uma queda de 2,1%. Contudo, os números podem ser revisados, explica Faria. "O resultado do terceiro trimestre foi menos negativo do que esperávamos, o que pode levar a uma leve revisão para cima do PIB Agro de 2024. Para o quarto trimestre, inicialmente prevíamos uma alta de 1%, mas esse número também pode ser ajustado. Esse resultado deve ser influenciado pela pecuária bovina, apesar de seu crescimento mais lento, e pelos impactos das queimadas na cana-de-açúcar", detalhou.
A queda de 0,8% no PIB Agro no terceiro trimestre demonstrou um desempenho melhor em comparação à projeção de queda de 1,9% feita pela Tendências Consultoria. "Ainda assim, o resultado permaneceu dentro do intervalo de confiança das nossas projeções", ponderou a analista.
Faria destacou que o desempenho do milho e da cana-de-açúcar influenciou diretamente o resultado. "A cana-de-açúcar foi bastante afetada pelas queimadas, enquanto o milho também pressionou negativamente o setor. Em contrapartida, o algodão teve desempenho positivo, puxando o resultado para cima no trimestre", explicou.
No setor pecuário, apesar dos resultados positivos em comparação com o ano anterior, houve uma desaceleração no ritmo de crescimento em relação ao primeiro semestre. "A pesquisa trimestral de abates do IBGE mostrou crescimento nos abates de bovinos, suínos e frangos, mas em um ritmo mais lento do que no início de 2024", concluiu a especialista.