SINGAPURA/LONDRES, 16 Abr (Reuters) - O dólar retomou a sua descida, esta quarta-feira, caindo em toda a linha e perdendo a maior parte do terreno para o franco suíço e o euro, com uma nova onda de nervosismo induzido pelas tarifas a dominar os mercados.
O dólar tem sido vítima da confiança abalada nos Estados Unidos, com a ameaça de tarifas radicais, aplicadas e depois parcialmente adiadas ao longo de algumas semanas selvagens para o comércio e os mercados mundiais.
Embora tenha conseguido encontrar o seu lugar no início desta semana, chegando mesmo a obter pequenos ganhos na terça-feira, esta quarta-feira, a negiciação europeia da moeda norte-americana estava a voltar aos mínimos da semana passada.
Os últimos nervos seguem a decisão norte-americana de impor restrições às exportações de 'chips' para a China e o lançamento pelo presidente Donald Trump de uma investigação sobre se os minerais críticos devem enfrentar tarifas.
O dólar caiu 0,7% face ao franco suíço para os 0,8175 francos, um pouco acima do mínimo de 10 anos de sexta-feira, tendo também descido 0,4% face ao iene japonês para os 142,69, após atingir um mínimo de sete meses no início da sessão. JPY=EBS, CHF=EBS
O franco registou a maior valorização entre as moedas do G10 desde o anúncio das tarifas em 2 de Abril, sendo que o efeito desinflacionista daí resultante poderá levar o Banco Nacional Suíço a voltar a colocar as taxas em território negativo.
O euro ganhou cerca de 5% desde que as tarifas foram anunciadas, beneficiando do facto de os investidores europeus terem reduzido as suas enormes afectações a activos dos Estados Unidos.
Embora tenha visto um pequeno recuo esta semana de um máximo de três anos de 1,1474 dólares, este subiu mais 0,7% esta quarta-feira para os 1,1356 dólares. EUR=EBS
Os investidores também estavam de olho nas negociações entre o ministro da Economia do Japão, Ryosei Akazawa, e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, já que há especulações de que os países possam concordar com um iene mais forte.
Ainda para vir estão as vendas a retalho dos Estados Unidos, uma aparição do Presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, e uma reunião do Banco do Canadá, onde os mercados não têm a certeza se os decisores de política irão cortar ou manter as taxas de juro.
O dólar canadiano CAD=D3 apreciou 0,3% no dia, para os 1,3916 dólares por cada unidade norte-americana, subindo 4% até agora este mês, oferecendo um dos exemplos mais claros de como os investidores puniram fortemente o dólar devido ao receio com a tomada de decisões políticas erráticas e uma potencial recessão nos Estados Unidos.
A probabilidade de um corte nas taxas é de cerca de 40%.
A libra ultrapassou largamente os dados de inflação mais frios que o esperado e ficou nos 1,327 dólares, um aumento de 0,28% após atingir um novo máximo de seis meses de 1,3292 dólares anteriormente. GBP/
Texto integral em inglês: nL1N3QU0BW